Não é inédito, mas a seleção brasileira está longe de ter o costume de entrar em campo na sua última partida na fase de grupos da Copa do Mundo correndo riscos de ser eliminada. E a importância do duelo com Camarões, na próxima segunda-feira, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, altera os planos da equipe dirigida por Luiz Felipe Scolari e a obriga a jogar com sua força máxima e no limite na rodada final do Grupo A da competição.

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Após derrotar a Croácia por 3 a 1 na abertura da Copa, na última quinta-feira, em São Paulo, a seleção entrou em campo nesta terça-feira em Fortaleza com a intenção de vencer o México para encaminhar a sua classificação às oitavas de final, que poderia ser sacramentada nesta quarta-feira com uma vitória croata ou mesmo um empate dos rivais na primeira rodada com Camarões. Não deu certo, afinal, o Brasil não passou de um 0 a 0 com o México.

Assim, a seleção entra na rodada final da Copa sob risco de eliminação, que pode ser encerrado com uma nova igualdade, dessa vez com os camaroneses. Mas, jogar na rodada final ameaçado, não acontecia com o Brasil desde 1978, quando empatou com Suécia (1 a 1) e Espanha (0 a 0) nos seus dois primeiros jogos na competição e só avançou graças ao triunfo por 1 a 0 sobre a Áustria, com o gol marcado por Roberto Dinamite.

Desde então, a seleção passou a sobrar na fase de grupos. Por oito Copas seguidas, entre 1982 e 2010, o Brasil venceu seus dois primeiros jogos, transformando o terceiro em um mero amistoso de luxo. Assim, até tropeçou por três vezes, nos empates com Suécia (1 a 1), em 1994, e Portugal (0 a 0), em 2010, e na derrota para a Noruega (2 a 1), em 1998, na rodada final da sua chave.

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A necessidade de se classificar no confronto com Camarões fará com que a seleção jogue com a sua força máxima na próxima segunda-feira. E havia a expectativa para que, caso a vitória sobre o México fosse definida rapidamente, jogadores advertidos diante da Croácia forçassem o segundo cartão amarelo para cumprirem a suspensão contra os camaroneses.

Esses eram os casos específicos do volante Luiz Gustavo e do atacante Neymar. Ambos, porém, não puderam “provocar” o novo cartão. Além disso, viram o zagueiro Thiago Silva e o volante Ramires serem advertidos. Assim, agora o Brasil tem quatro jogadores pendurados, incluindo o seu craque e também o seu capitão para a sequência da Copa.

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Felipão, então, não poderá repetir o expediente adotado em 2002, quando poupou alguns titulares na vitória por 5 a 2 sobre a Costa Rica, na rodada final do Grupo C. A partida contra Camarões agora será para valer e a preparação começará nesta quinta-feira, na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), ainda com a indefinição sobre o atacante Hulk, que não enfrentou o México em razão de dores musculares.