Rondônia não é um Estado brasileiro com muita tradição no esporte no cenário nacional – no internacional, então, menos ainda. Mas é da região amazônica que surgiu Mateus Evangelista, atleta paralímpico da classe T37 (paralisia cerebral), que conquistou uma das três medalhas de prata do Brasil na sessão noturna desta terça-feira no Mundial de Atletismo Paralímpico, em Londres. As outras duas foram de Rodrigo Parreira, no salto em distância classe T36 (paralisia cerebral), e Izabela Campos, no lançamento de dardo classe F11 (cegos totais).
“Foi meio que na raça, sabe. Eu tentei pegar o primeiro lugar, mas não deu. Mas eu tô muito feliz com a medalha de prata, é muito importante para mim e para o meu Estado”, disse o atleta, que treina na UniSant’Anna, em São Paulo. Mateus Evangelista, de 23 anos, nasceu em Porto Velho e por falta de oxigênio na hora do parto teve paralisia cerebral, que prejudicou os movimentos do lado direito do seu corpo. Na sua prova, os 200 metros, fez o tempo de 23s41, mas o ouro ficou com o sul-africano Charl Du Toit (23s27). O bronze foi para o Sofiane Hamdi, da Argélia (23s94).
A segunda prata da sessão noturna apareceu com o goiano Rodrigo Parreira – foi a sua segunda medalha na competição, já que no dia anterior ficou com o bronze nos 200 metros, também na classe T36. Ele saltou 5,55 metros e ficou com a segunda colocação. O ouro foi para Roman Pavlyk, da Ucrânia, com 5,63 metros, e o bronze com Brayden Davidson, da Austrália, com 5,39 metros.
“A prova foi decidida no detalhe. O atleta que foi medalha de ouro hoje (terça-feira) havia sido prata na Paralimpíada. Ele acertou um salto e foi feliz. Acontece. Estou satisfeito com a medalha. Quando olho para trás e vejo que há muitos saltadores na fila, me dá uma grande satisfação. Não é fácil chegar aqui”, afirmou Rodrigo Parreira.
No final da sessão, mas com o céu ainda claro em Londres, a mineira Izabela Campos voltou a conquistar uma medalha – pela manhã ela ganhou o bronze no lançamento de disco F11. Na prova do lançamento de dardo, ela errou as cinco primeiras tentativas, mas garantiu a prata na sexta e última chance e mandou o dardo a 24,90 metros. O ouro foi da chinesa Huimin Zhong, com 26,05 metros, e o bronze ficou com a canadense Mess Murby, com 23,69 metros.
AGENDA – Nesta quarta-feira, o Brasil disputará três finais com boas chances de medalhas. Às 16h20 (de Brasília), Michel Abrahame disputa o salto em distância, classe T47 (amputados em membros superiores); às 17h02 é a vez de Petrúcio Ferreira brigar por mais um ouro nos 400 metros, também classe T47; e às 17h35, Fabio Bordignon participa da decisão dos 200 metros, classe T35 (paralisia cerebral).