A festa está armada. A seleção brasileira entra em campo esta noite assumindo um favoritismo há muito não visto em partidas contra qualquer outra equipe, mesmo as mais frágeis. Caso do adversário de hoje, o Equador, às 22h, no estádio Vivaldo Lima, em Manaus.
A vitória sobre a Colômbia animou o técnico Carlos Alberto Parreira e principalmente os torcedores, que sonham com eliminatórias bem tranqüilas.
E, para animar ainda mais o torcedor, a seleção terá a volta de Ronaldinho, que cumpriu suspensão na partida de domingo. Como era de se esperar, ele entra no lugar de Alex, e o técnico Carlos Alberto Parreira confirma que a alteração vai deixar o time mais veloz na frente e, por conseqüência, mais ofensivo. “São jogadores de qualidade e que se conhecem, por isso espero ver uma equipe mais presente no ataque”, confirma Parreira.
Mas que não se espere um “rolo compressor”. Não haverá mudança de mentalidade, não se verá um time partindo desordenadamente para cima dos equatorianos. Como a filosofia de Parreira (que nessas horas prova ser um discípulo de Zagallo, hoje coordenador técnico) prega, o principal é manter a bola sob domínio brasileiro. “Quando temos a posse, não somos atacados, e podemos cadenciar a partida”, resume o treinador.
E essa é a regra fundamental no planejamento tático da seleção. “Comandada” por Zé Roberto e Emerson, a equipe vai prender o jogo quando necessário, tentando encontrar as brechas necessárias para chegar ao gol adversário. Roberto Carlos e Cafu têm a orientação de buscar o jogo, mas sempre com parcimônia. Único volante de ofício, Gilberto Silva ficará à frente da zaga, auxiliando Lúcio e Roque Júnior.
Toda essa estratégia para, quando controlado o jogo, Ronaldo, Ronaldinho e Rivaldo possam criar oportunidades de gol. Apesar do último ter sido bastante criticado, Parreira manterá a formatação que deu certo na Copa de 2002. “O Rivaldo é um jogador importante, e que pode decidir a partida em um lance”, avisa o técnico. “Eu reconheço o apoio que ele está me dando, e para retribuir isso tenho que jogar bem”, diz o meia-atacante do Milan.
E só a presença dos três já faz a torcida se animar e os adversários tremerem e se admirarem. “A fórmula das eliminatórias é ótima, porque nos dá a chance de ver o Brasil jogar mais vezes”, chegou a dizer um jornal colombiano após o jogo de domingo. Para Parreira, é apenas a confirmação da sua previsão de duas semanas atrás. “Nós vamos nos classificar com antecipação e sem sofrimento”, promete o técnico. É o que todos esperamos.
CBF espera garantir vaga por antecipação
AE
São Paulo – Ainda traumatizadas pelo susto vivido nas últimas eliminatórias e animadas pela estréia na edição atual, a direção da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a comissão técnica da seleção não se contentam apenas com a classificação. Querem a vaga no mundial da Alemanha, em 2006, por antecipação. E consideram que o jogo-chave é contra o Paraguai, em casa, na 14.ª rodada, de um total de 18. Espera-se que o time deixe o campo garantido na Copa.
A performance se baseia no rendimento demonstrado pela Argentina durante o classificatório para 2002, quando disputou as últimas três partidas apenas para cumprir tabela. “Seria bastante interessante chegar nas últimas rodadas com essa folga, pois não seria bom pegar a Argentina, em Buenos Aires, e a Bolívia, na altitude de La Paz, precisando do resultado”, afirmou uma pessoa ligada à comissão técnica brasileira. Os argentinos são os adversários na 15.ª rodada, enquanto o jogo com os bolivianos é na 17.ª (penúltima).
Nem mesmo a presença de equipes consideradas fracas nos últimos jogos, casos de Chile (16.ª rodada) e Venezuela (18.ª) serve de alento. “Nas últimas eliminatórias jogamos contra essas duas seleções no final e foi aquele sufoco que todo mundo lembra. Se for possível evitar aquela situação, melhor”, disse a mesma fonte.
Já o supervisor da delegação, Américo Faria, não fala abertamente, mas dá indícios do plano. “Temos um planejamento de longo prazo, que engloba todas as partidas. Mas fazemos também específicos, pois todos esses três pontos em disputa nos interessam muito”, garantiu.
