O trunfo do técnico Luiz Felipe Scolari para derrotar a Croácia, nesta quinta-feira, no Itaquerão, passa pela aplicação tática dos jogadores e o enorme repertório de Neymar. A receita é a mesma adotada na Copa das Confederações, no ano passado. Ao apito inicial do árbitro, o Brasil tem de partir para cima dos croatas na tentativa de roubar a bola e fazer o gol antes dos 15 minutos.
Se no sorteio, o privilégio do pontapé inicial for da seleção brasileira, a ordem de Felipão é avançar no território inimigo como um rolo compressor. Não há outra alternativa nem uma nova proposta. O Brasil tem de tomar a iniciativa do jogo. “Jogando assim, você traz a torcida para junto do time”, argumenta Felipão.
No caso de não conseguir o gol de imediato, o time vai ter de ser paciente, fazer a bola girar de um lado para o outro do campo, sem perder a posse, até encontrar um espaço para “quebrar” a marcação croata.
E aí, Oscar tem papel fundamental. O problema é que o jogador anda meio devagar, um pouco distante do ritmo dos homens de frente da seleção. Embora tenha respaldo de Felipão, o meia foi preterido em alguns treinamentos na Granja Comary, dando lugar a Willian, mais rápido e vertical.
Outro trunfo da seleção, este em maior escala, é o improviso de Neymar. Felipão sabe como ninguém que o craque pode fazer a diferença “pela capacidade de improvisar e, muitas vezes, fazer o que não estava combinado no vestiário”.
O treinador do Brasil também não pode ficar refém de Neymar. É preciso dar consistência ao sistema defensivo da seleção, com atenção dobrada ao movimento dos laterais. E aí ele dirige sua atenção a Marcelo. Nas observações do jeito de a Croácia jogar, Felipão espera um bombardeio nas costas do lateral. É por ali que ele imagina que o adversário possa dar trabalho. Para não ser surpreendido, recomendou ao volante Luiz Gustavo e ao zagueiro David Luiz extrema atenção ao movimento do inimigo pelo setor esquerdo da defesa do Brasil.
Se a seleção conseguir neutralizar essa ação dos croatas, Felipão não tem dúvida de que a força do ataque do Brasil em comunhão com Neymar vai se impor. Na avalanche prometida contra a retaguarda inimiga, o técnico espera que seus jogadores sofram muitas faltas próximas da área. Neymar e Marcelo, com ótimo aproveitamento nos treinamentos, podem liquidar o jogo na bola parada.