Fukuoka – Administrando a pressão de figurar como o adversário a ser batido, além do pouco tempo de preparação, a seleção brasileira masculina de vôlei inicia amanhã, às 3h (de Brasília), a busca pelo bicampeonato mundial, em Fukuoka, no Japão. O primeiro adversário será Cuba.
?A cada competição fica mais difícil. Todos querem ganhar do Brasil?, analisou o ponta Giba, melhor jogador da última Liga Mundial, também vencida pelos brasileiros. ?Tudo o que precisamos fazer é não perder para nós mesmos. O importante é pensar sempre no próximo jogo. Hoje só penso em Cuba.?
Já o técnico Bernardinho lamenta o pouco tempo de preparação. ?Nós tivemos pouquíssimo tempo porque a maioria dos nossos jogadores atua na Itália ou na Grécia e chegou ao Brasil há três semanas?, afirmou. ?O calendário deles não estava, de fato, em acordo com o do mundial. Mas nós tivemos alguns dias de preparação em Osaka e eu acho que estaremos bem na estréia.? Antes da estréia, os brasileiros fizeram três amistosos, um com a equipe japonesa Panasonic Panthers e dois com a seleção da Polônia.
Apesar de manter a supremacia no vôlei mundial há pelo menos cinco anos (o Brasil é o atual campeão olímpico, mundial – ganhou a última edição, disputada na Argentina, em 2002 – e da Liga Mundial), o treinador alerta para os possíveis adversários que seus comandados enfrentarão.
?Estamos no que chamo de ?lado da morte??, disse Bernardinho. O Grupo B, no qual o Brasil está, tem ainda Grécia, Alemanha, Austrália e França. E cruza, na segunda fase, com a chave de Itália, Estados Unidos e Bulgária, entre outros. Destas equipes, apenas duas seguem para a semifinal.
Renovada
Assim como o Brasil, Cuba também se destaca pela sua renovação. Muitos jogadores são desconhecidos nos confrontos das quadras. ?A escola cubana continua fabricando atletas numa velocidade impressionante?, afirma Bernardinho, que fala das características de seus oponentes. ?Saque muito forte, bloqueio pesado, ataque altíssimo.?
O histórico de confrontos entre as duas seleções no mundial, aliás, sugere cautela: nas nove ocasiões em que se enfrentaram, os cubanos comemoraram seis vitórias. Mas os brasileiros pretendem usar a inexperiência da atual seleção de Cuba em favor próprio. ?Eles são uma equipe de jogadores jovens. Por serem inexperientes erram mais do que o normal e temos que nos aproveitar disso?, ressalta o meio-de-rede Gustavo.
Meninas vencem com categoria
Osaka – A seleção brasileira feminina de vôlei garantiu uma vaga na final do campeonato mundial na madrugada desta quarta-feira (horário de Brasília) ao superar a Sérvia e Montenegro por 3 sets a 1, com parciais de 25/17, 25/14, 21/25 e 25/20, no Ginásio Municipal de Osaka. Na decisão, a equipe comandada pelo técnico José Roberto Guimarães iria enfrentar a Rússia, que bateu a seleção italiana por 3 sets a 0, na outra semifinal. A final seria às 3h30 de hoje, também em Osaka.
Depois de dominar amplamente os dois primeiros sets, dando a impressão de que a semifinal seria um passeio, o Brasil quase se complicou. Deixou a seleção da Sérvia e Montenegro vencer o terceiro set e comandar boa parte do quarto. A seleção contou com uma ótima atuação de Fofão e explorou bem os recursos do seu banco. A maior pontuadora foi Sheilla, com 20 pontos (17 de ataque e três de bloqueio). Fabiana também se destacou, com 16 (12 de ataque e quatro de bloqueio).
?O jogo parecia tranqüilo, mas a Sérvia se aproveitou de nossos erros, principalmente no contra-ataque. A situação ficou difícil, mas melhoramos o bloqueio e a defesa para vencer?, comentou Zé Roberto.
No início do jogo, nem parecia que do outro lado estava uma das quatro melhores seleções do mundo. Enquanto o Brasil forçava o saque e pressionava com todas as suas armas, a equipe sérvia cometia erros seguidos e não conseguia reagir. Mas a Sérvia resolveu dificultar no terceiro set. Foi a hora de mostrar, além de volume de jogo, muita concentração e equilíbrio emocional. Ainda mais depois de a Sérvia fazer 9/4 no início do quarto set. Como sempre, a reação veio com Fofão no saque. A vantagem caiu para um ponto e na seqüência o bloqueio brasileiro cresceu para empatar o jogo. E num erro da atacante Ognjenovic, mandando para fora, que o Brasil fechou o quarto set, em 24 minutos, e o jogo, garantindo a classificação para a final.