O Brasil terá nesta quinta-feira, às 21h45, o duelo mais difícil destas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, que será na Rússia, desde a chegada de Tite à seleção. No estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, palco dos 7 a 1, a seleção encara a rival Argentina, pela 11.ª rodada, e a pressão de um estádio que há pouco mais de dois anos presenciou o maior fiasco da história do futebol brasileiro. Mesmo que os argentinos vivam um mau momento, a expectativa é de que o embate recheado de rivalidade e que colocará em lados opostos dois dos melhores jogadores do mundo, Messi e Neymar, seja trepidante.

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O técnico Tite reconhece que o estádio carrega uma carga emocional muito grande desde a goleada impiedosa aplicada pela Alemanha na semifinal da Copa do Mundo de 2014. “Esse assunto faz parte (das conversas com os jogadores) porque ele faz parte da realidade e faz parte da história”, admitiu o treinador.

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Mesmo assim, o treinador tenta tirar o peso da história sobre a partida. “Assim que nós assumimos, nos foi passado que havia um jogo que estava se encaminhando para ser no Mineirão, o local dos 7 a 1. E foi num momento em que ninguém sabia dos resultados que iríamos ter. Eu não sabia que nós íamos vencer quatro jogos”, lembrou Tite. “Vamos rotular o estádio por causa disso?”

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Uma vitória da seleção não será suficiente para apagar da memória aqueles 7 a 1, mas em contrapartida um triunfo sobre a Argentina deixará a seleção muito próxima do Mundial de 2018. Se vencer, o Brasil chegará aos 24 pontos na tabela de classificação, um a menos do que a pontuação que garantiu o Equador na última Copa do Mundo – vale ressaltar que, naquela ocasião, as Eliminatórias contaram com apenas nove seleções, uma a menos do que agora, já que o Brasil era o país-sede e tinha vaga garantida.

Nesta quinta-feira, Tite terá à disposição todos os jogadores, à exceção do volante Casemiro, cortado por lesão. O time será praticamente o mesmo que vinha atuando e contará ainda com o reforço de Marcelo na lateral esquerda, que volta à seleção depois de ficar de fora das duas últimas partidas por contusão. No banco de reservas, Douglas Costa será opção para o ataque pela primeira vez.

A oportunidade de repetir o time dá ao Brasil um pouco do entrosamento que não foi possível ter devido ao curto tempo de treinamento. A seleção realizou apenas três atividades em Belo Horizonte, sendo que somente nas duas últimas delas Tite conseguiu contar com o elenco completo.

A grande expectativa é pelo duelo entre Messi e Neymar. Questionado sobre qual dos dois pode desequilibrar mais, Tite é evasivo. “Nosso desafio como técnico é potencializar as virtudes que eles têm”, afirmou o treinador, fazendo referência também ao técnico da Argentina, Edgardo Bauza. “Ao mesmo tempo, temos que tentar neutralizar. Não se para Leo Messi, não se para Neymar, mas a gente pode diminuir o número de ações deles”.

Sexta colocada na tabela de classificação, a Argentina passa por um momento de instabilidade, mas para o técnico do Brasil isso não deverá fazer diferença. “Se você pegar quatro rodadas atrás, a coisa estava toda invertida”, ponderou o treinador.

Tite também alerta para o forte elenco da Argentina, mesma preocupação demonstrada ao longo da semana pelo zagueiro Marquinhos e pelo meia Renato Augusto, que serão titulares no Mineirão. Além de Messi, o treinador fez referências a Zabaleta, Higuaín, Aguero e Di María. “Não vou conseguir dormir esta noite”, disse Tite, no último ato antes de encarar seu maior desafio à frente da seleção brasileira.

REAÇÃO – Passando por mau momento nas Eliminatórias, a Argentina quer fazer do jogo desta quinta-feira o início da reação para subir na tabela de classificação. O objetivo é conquistar pelo menos 4 pontos nestes dois últimos jogos da temporada – na próxima terça recebe a Colômbia – e para isso confia na volta de Messi.

“Nós não estamos no nosso melhor (momento), mas sabemos o que representa este clássico”, disse o goleiro Sergio Romero. “Queremos que este seja nosso ponto de decolagem”.