Brasil e Itália, dois favoritos ao título do Campeonato Mundial, vão se enfrentar precocemente nas quartas-de-final, hoje, às 18h30 (de Brasília), com SporTV, no ginásio Orfeo Superdomo, em Córdoba. “Se ganharmos, serão três decisões. Nas quartas, semi e final. A ansiedade é grande sim”, declarou o levantador do Brasil, Maurício. Amanhã, o vencedor do confronto deverá jogar com a Iugoslávia, às 21h, também com TV e no mesmo local, pela semifinal.
Isso porque hoje, às 16h, os iugoslavos têm como adversário das quartas-de-final, a surpresa do torneio: o jovem time de Portugal. “Vamos lutar mas sabemos que será muito difícil. Já estamos mais do que satisfeitos de estarmos entre os oito melhores do mundo”, comentou o atacante português Hugo Gaspar.
Em Buenos Aires, no Luna Park, ocorrerão os outros dois confrontos da etapa: Rússia x Grécia (18h30) e Argentina x França (21h). Os vencedores vão se enfrentar por uma vaga na final na sexta-feira. A disputa pela medalha de bronze será no sábado, e a luta pelo título, no domingo, em Buenos Aires.
Chave
O técnico do Brasil, Bernardo Rezende, o Bernardinho, já havia comentado antes do torneio que a chave para o sucesso ou para o fracasso era a partida das quartas-de-final. Uma derrota significa buscar colocação entre o 5.º e o 8.º postos, fato incomum no currículo recheado de títulos e medalhas do treinador. Também da seleção: o Brasil ficou em 5.º na edição de 1994, mas, desde 1978, quando ficou em 6.º, não deixa de terminar entre os quatro melhores: 1998 (4.º), 1990 (4.º) 1986 (4.º) e 1982 (2.º).
“Nunca tivemos um confronto tão difícil como esse nessa fase do torneio. Há um equilíbrio muito grande entre as seleções, independente de vitórias ou derrotas anteriores. O que pode definir o vencedor será a estratégia a ser adotada”, comentou Bernardinho.
Brasil e Itália já se enfrentaram 57 vezes. Os brasileiros têm 30 vitórias. Mas, o saldo nos mundiais da última década é negativo: em 1998 e 1990 (não se enfrentaram em 1994) perderam nas semifinais para os italianos por 3 a 2. Em 1998, Di Giorgi entrou no jogo (o Brasil ganhava por 2 sets a 1) e foi o grande responsável pela vitória. Ele está na Argentina, mas Meoni, Gardini, Bracci e Rosalba não.
“Esse confronto de Brasil e Itália não tem história. São times diferentes, especialmente o da Itália. É esse jogo que vai acontecer. Tudo vai ser jogado amanhã (hoje)”, declarou o capitão da Itália Gravina, para quem o lado psicológico será determinante.
Gustavo concorda. Mas consegue reverter a ansiedade em motivação. “Estou louco para a partida começar. À noite, quando dou aquela acordadinha para virar de lado na cama, penso que o jogo está aí. E me vem na cabeça que preciso bloquear o Papi, fulano ou beltrano”. Papi, que se machucou contra o Japão (foi desfalque na partida com a Argentina) deve voltar. “É o melhor atacante da Itália. Não ficará fora com certeza”, aposta Gustavo.
Contra a Argentina, foram recepção e levantamento foram os piores fundamentos -Gravina disse que faltou agressividade. Porém, para desespero dos italianos, terão bomba no saque: Henrique (5.º colocado), Gustavo (6.º) e André (10º, é também o melhor atacante) estão entre os melhores sacadores da competição.
“A Itália é tradiconal, cresce na reta final dos campeonatos. Ao lado dos Estados Unidos, é a equipe mais tática do mundo”, analisou Bernardinho. “Acho que o Brasil está jogando melhor do que nós. É uma pena termos de nos enfrentar agora”, aposta Giani.