Leipzig – O Brasil foi tratado como o grande time da Copa do Mundo e confirmado pela Fifa, ontem, como cabeça-de-chave do Grupo F. Além de jogar nos melhores estádios da Alemanha em Munique, Dortmund e Berlim, ainda deverá ficar livre da seleção anfitriã nas fases seguintes.
Nada disso significa, porém, que o time de Ronaldinho Gaúcho terá vida fácil na primeira fase do Mundial de 2006. Pelo contrário. Há a possibilidade de a forte Holanda ou até Portugal, de Felipão cair na chave brasileira. E a perigosa equipe de Sérvia e Montenegro aparece com boas chances de fazer companhia ao Brasil. Sérvia ficará, obrigatoriamente, no grupo de Brasil, Argentina ou México, de acordo com decisão tomada pela Fifa.
Os brasileiros acham difícil que o sorteio, marcado para a noite desta sexta-feira, em Leipzig, seja tão favorável como o de quatro anos atrás, mas torcem para se livrar, por exemplo, de Holanda e Portugal.
Se a sorte voltar a ajudar, o Brasil pode ter como rivais Tunísia ou Togo, Suíça e Irã ou Arábia Saudita mas precisará de muita sorte. ?A Alemanha ficará no Grupo A (em que também serão usados os principais estádios) por ser a sede e o Brasil, no F, por ser o atual campeão do mundo?, explicou Jim Brown, diretor de Competições da Fifa.
A entidade máxima do futebol dividiu as seleções por regiões, com exceção dos cabeças-de-chave (Inglaterra, Espanha, França, Argentina, Itália e México, além de Brasil e Alemanha). O México foi preferido em relação à Holanda por critério de classificação adotado pela entidade o aproveitamento nos últimos dois mundiais, com peso 2, e o tradicional ranking anual das últimas três temporadas, com peso 1.
No nível dois aparecem as equipes da África (Angola, Costa do Marfim, Gana, Togo e Tunísia), da América do Sul (Equador e Paraguai) e a Austrália. Um deles, com exceção de Equador e Paraguai, será sorteado para jogar na chave brasileira.
No nível três figuram oito europeus (Croácia, República Checa, Holanda, Polônia, Portugal, Suécia, Suíça e Ucrânia) e um ficará no Grupo F. No nível quatro estão os asiáticos (Japão, Irã, Coréia do Sul e Arábia Saudita) e os representantes da Concacaf (Costa Rica, Estados Unidos, e Trinidad e Tobago). Um deles enfrentará a seleção de Parreira. A Sérvia, com o pior ranking entre os europeus, ficará numa posição separada no sorteio.
Parreira não teme adversários difíceis
Rio – A definição dos cabeças-de-chave da Copa do Mundo de 2006 serviu para o técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, colocar em prática o discurso positivista que adotou com o objetivo de motivar seus atletas. Ciente da pressão por causa do favoritismo do Brasil ao título, o treinador afirmou que não teme qualquer tipo de chave, desde uma com Portugal, Japão e Gana ou outra com Costa do Marfim, Suíça e Trinidad e Tobago.
Para Parreira, todos os oito cabeças-de-chave precisarão ter cuidado porque, com a exclusão de Holanda e Portugal do grupo principal, a divisão intermediária cresceu em dificuldade.
?O bom é que teremos uma Copa do Mundo muito forte, mas o Brasil está preparado para enfrentar qualquer adversário. Brasil, Portugal e Japão podem formar um grupo, mas espero que não ocorra. Acho que, quanto menos a seleção for exigida no início, será melhor. Teremos mais tempo para nos acertar?, afirmou Parreira, que acompanhará na sexta-feira o sorteio dos grupos da Copa de 2006.