Rumo ao título

Brasil e Espanha disputam uma final histórica

O novo Maracanã vai viver neste domingo uma noite de glória, à altura das noites mais marcantes do velho Maracanã. Às 19 horas, Brasil e Espanha vão disputar dois títulos: um deles real, tangível, o da Copa das Confederações. O outro, simbólico, mas talvez até mais valioso, o de soberana do futebol mundial. De um lado do gramado estará aquela que é reconhecida como a melhor do planeta. Campeã mundo e bicampeã da Europa com um estilo que está marcando época, a Espanha estabeleceu uma hegemonia como há muito não se via. Do outro lado, o Brasil, ex-melhor do mundo, louco para voltar a ser reconhecido como o número um.

A partida terá um charme fora do comum porque será a primeira vez que os espanhóis vão enfrentar a seleção brasileira desde que tornaram os donos do mundo. Eles sabem que ainda falta dar um último passo para a consagração total, a “cereja do bolo”: vencer os brasileiros em uma competição oficial. E melhor ainda que seja no Brasil, diante dos olhos de torcedores que têm vaiado a Espanha desde a primeira rodada da Copa das Confederações por saberem que, para voltar a dominar o futebol, a seleção pentacampeã mundial precisa superá-la.

Para o Brasil, portanto, o jogo é ainda mais importante do que para a Espanha. Por razões morais e práticas. Luiz Felipe Scolari admite que a equipe brasileira ainda está em construção e, para medir seu estágio de evolução, nada melhor do que medir forças contra os melhores. Uma vitória ao time de Felipão um certificado de qualidade valiosíssimo, ao passo que uma derrota não será para o treinador o fim do mundo. Será, isso sim, uma boa aula para superar a Espanha quando mais interessa, na Copa do Mundo do ano que vem.

Não por acaso, integrantes das duas seleções passaram os últimos dias demonstrando sua felicidade por poder participar da partida. “Enfrentar o Brasil no Maracanã é um sonho de criança”, disse o técnico da seleção espanhola, Vicente del Bosque. “Eu estou doido para jogar contra a Espanha”, comentou Carlos Alberto Parreira, coordenador técnico da seleção brasileira, antes de saber que os espanhóis seriam o adversário do Brasil na decisão.

CONFRONTO DE ESTILOS – A partida do Maracanã será um interessante choque de estilos. A Espanha jogará como vem jogando desde a Eurocopa de 2008, sua plataforma de lançamento para o domínio mundial. O time tentará ficar com a bola o máximo de tempo possível, trocando passes rapidamente e com incessante troca de posições de seus jogadores de frente. Incerta mesmo é a postura que a equipe do Brasil adotará neste domingo.

Em seus três primeiros jogos na competição, o time brasileiro adotou a marcação por pressão sobre a defesa adversária nos primeiros minutos da partida. Não por acaso, contra Japão e México o Brasil abriu o placar logo no começo e faltou muito pouco para repetir a dose na partida contra a Itália.

Na semifinal, no entanto, a postura não foi a mesma e a equipe brasileira sofreu. Neste domingo, é possível que a tática da pressão volte a ser usada, já que a Itália fez algo parecido contra a Espanha e deu certo. Os italianos foram agressivos desde o princípio da partida e assustaram os espanhóis, que ficaram menos com a bola do que o normal.

Para vencer a Espanha no Maracanã, o Brasil dependerá muito do trio formado por Neymar, Oscar e Hulk – que, apesar de muito criticado pela torcida e pela imprensa, deverá continuar no time. Esses três terão a tarefa de roubar a bola no campo de ataque e partir em alta velocidade rumo á área inimiga. Se conseguirem fazer isso, com certeza vão pegar a defesa espanhola desprevenida, já que ela joga sempre adiantada – isso faz parte da cultura do “tiki-taka”.

Ah, tem outro detalhe: a torcida. Se os cariocas ,apoiarem o Brasil desde o Hino Nacional, como nos quatro jogos anteriores, a seleção brasileira terá mais chance de tombar o mais assustador bicho-papão do futebol atual. Convenhamos, não será pouca coisa.

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