A seleção brasileira foi aprovada em seu teste mais difícil nesta Copa das Confederações. Nesta quarta-feira, o time de Luiz Felipe Scolari sofreu em campo contra a retranca do Uruguai, contou com pênalti defendido pelo goleiro Julio Cesar e aguentou a pressão dos rivais no final para vencer pelo placar de 2 a 1, graças ao gol de Paulinho, aos 40 minutos do segundo tempo, e avançar à final.

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A vitória suada foi aplaudida de pé pelos torcedores presentes no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, onde a seleção sofreu sua última grande vaia – no amistoso contra o Chile, no dia 24 de abril. Desta vez, as arquibancadas vibraram com a defesa de Julio Cesar em pênalti cobrado por Forlán, com a entrada de Bernard no segundo tempo e com a postura guerreira do time nos minutos finais da partida.

O triunfo, que não chegou a ser ameaçado pelas manifestações em Belo Horizonte, garantiu a seleção em sua quinta final da Copa das Confederações. Em busca do tricampeonato consecutivo, os comandados do Felipão aguardam a outra semifinal, entre Espanha e Itália. A final será disputada neste domingo, às 19 horas, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.

A outra vaga na decisão será definida nesta quinta. Os dois últimos campeões mundiais vão se enfrentar na Arena Castelão, em Fortaleza, às 16 horas. Os perdedores das duas semifinais brigarão pelo terceiro lugar também será disputada no domingo, às 13 horas, na Arena Fonte Nova, em Salvador.

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A partida desta quarta foi precedida de uma mensagem e de uma homenagem. Os zagueiros Thiago Silva e Lugano, capitães dos dois times, leram textos de conteúdo antirracista, seguindo campanha antidiscriminação da Fifa. Quando os jogadores estavam postados em campo, a entidade lembrou a morte do camaronês Marc-Vivien Foé. Há exatos 10 anos, ele sofreu um colapso cardíaco e faleceu no gramado durante partida entre Camarões e Colômbia, pela Copa das Confederações de 2003, na França. Uma foto nos telões do Mineirão recordou o episódio trágico que assustou o futebol mundial.

Com a bola rolando, a seleção brasileira logo parou na retranca uruguaia. Os visitantes contavam com até dez jogadores atrás da linha da bola. Os times se estudavam, a marcação dava resultados nos dois lados do campo. E a torcida não tinha motivos para sorrir ou lamentar.

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Até que David Luiz endureceu na marcação e fez falta em Lugano dentro da área. Sem hesitar, o árbitro chileno Enrique Osses confirmou o pênalti. Na cobrança, Forlán finalizou no canto esquerdo, mas Julio Cesar fez grande defesa, levantando a torcida mineira, que comemorou como se fosse um gol, aos 14 minutos.

Passado o susto, os brasileiros tentaram responder no ataque. A primeira finalização dos anfitriões só saiu aos 16 minutos em chute de Oscar, de fora da área, por cima do gol. Empurrado pela torcida, o Brasil tentava capitalizar o bom momento, mas não conseguia esboçar pressão.

Os uruguaios fechavam bem pelo meio e aproveitavam a atuação discreta de Oscar para neutralizar as investidas brasileiras pelo setor. Neymar e Hulk, assim, concentravam as jogadas pelas pontas, tentando se esquivar das linhas defensivas do Uruguai. Em seu melhor lance, Hulk tabelou dentro da área e bateu de canhota para longe do gol, aos 27 minutos.

O Brasil também tinha dificuldade na ligação entre defesa e ataque, o que não havia acontecido nos jogos anteriores. Tal limitação só foi superada quando Paulinho acertou belo lançamento e achou Neymar dentro da área. O atacante tentou encobrir Muslera, que deu rebote. Fred, livre dentro da área, pegou mal, de canela, e balançou as redes aos 40 minutos.

Além de marcar seu terceiro gol na competição, o atacante mineiro aumentou a sua incrível média no Mineirão. Agora, ele soma 42 gols em 47 jogos disputados no estádio – a maior parte dos gols, 36, foram anotados com a camisa ,do Cruzeiro.

A vantagem, contudo, não durou muito tempo. O Uruguai chegou ao empate logo aos 2 minutos da segunda etapa, em uma vacilada geral da defesa brasileira. David Luiz, Marcelo e Thiago Silva falharam em série ao tentar afastar a bola dentro da área e Cavani não bobeou. Acertou o pé e igualou o placar.

O gol preocupou Felipão, que resolveu mudar o meio de campo. Trocou Hulk e Oscar por Bernard e Hernanes, respectivamente. A entrada do jogador do Atlético Mineiro levantou a torcida presente no estádio. As mudanças deram novo fôlego ao Brasil, que acelerou o jogo na tentativa de surpreender a defesa rival. Os jogadores também demonstravam maior nervosismo, com cartões amarelos distribuídos aos dois times.

O time da casa seguia dominando, com até 65% de posse de bola. Mas não criava muito mais jogadas que os uruguaios. Aos 20 minutos, Forlán cobrou falta na área e Thiago Silva quase marcou contra, rente ao travessão.

Aos trancos e barrancos, a seleção respondia com velocidade, mas sem o mesmo perigo. Aos 21 minutos, Fred tentou bater de primeira dentro da área e mandou longe. Dois minutos depois foi a vez de Neymar finalizar colocado e parar na defesa de Muslera.

Depois de seguidas tentativas frustradas, o Brasil superou a defesa uruguaia em lance de bola parada. Aos 40 minutos, Neymar bateu escanteio e achou Paulinho na segunda trave. O volante aproveitou saída atrapalhada de Muslera e cabeceou para as redes, garantindo a vitória e a vaga na decisão.

FICHA TÉCNICA

BRASIL 2 x 1 URUGUAI

BRASIL – Julio Cesar; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho e Oscar (Hernanes); Hulk (Bernard), Neymar (Dante) e Fred. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

URUGUAI – Muslera; Maxi Pereira, Lugano, Godín e Martín Cáceres; Arévalo, Álvaro González (Gargano) e Cristian Rodríguez; Diego Forlán, Luis Suárez e Cavani. Técnico: Óscar Tabárez.

GOLS – Fred, aos 40 minutos do primeiro tempo; Cavani, aos 2, e Paulinho, aos 40 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS – David Luiz, Luiz Gustavo e Marcelo (Brasil); González e Cavani (Uruguai).

ÁRBITRO – Enrique Osses (Fifa/Chile).

RENDA – Não disponível.

PÚBLICO – 57.483 pagantes.

LOCAL – Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG).