A seleção brasileira começou o ano da Copa do Mundo como se esperava: vitória por 2 a 0 sobre a Irlanda, nesta terça-feira, em amistoso realizado em Londres, no Emirates Stadium. Um resultado que não deve influenciar no futuro do time, mas eficiente para manter a tranquilidade ao técnico Dunga, que agora tem de fechar a lista dos convocados para o torneio na África do Sul, em junho.
Robinho, autor do segundo gol e responsável pelo primeiro, é um dos que já estão na espera. “Fica um sentimento de felicidade com essa vitória. Era o último jogo antes da Copa e todo mundo quer deixar boa impressão. Agora é se preparar bem nos clubes. E o gol foi uma jogada típica do futebol brasileiro”, resumiuo atacante. Kaká fez coro. “Agora faltam detalhes, acho que o Brasil está no caminho certo.”
Não dá para dizer que a partida serviu de teste. Nem para os cinco jogadores que entraram em campo no segundo tempo da partida. “Acho que ainda tenho mais o que mostrar, como este foi o último jogo, tenho de mostrar que posso agarrar a vaga na Copa”, discursou Michel Bastos, que foi titular na lateral esquerda, ainda no intervalo.
Travado
Com 5ºC no termômetro, céu limpo e apoio da torcida, mas sem estádio cheio, o jogo teve momentos de irritação dos jogadores. Como o árbitro inglês Mike Dean marcava faltas em todo carrinho, mas sem cartões, vários jogadores trocaram pontapés – como Ramires e Duff, Lúcio e Robbie Keane, Kaká e Andrews, e Michel Bastos e Doyle.
Com duas linhas de quatro marcando muito forte, a Irlanda impedia os ataques brasileiros e tentava eliminar as chances de contra-ataque, ponto forte do time de Dunga. Quem mais sofreu foi Kaká. Acompanhado por todos os lugares do campo por Whelan, pouco pegava na bola. Só conseguia quando se mexia, e não faltaram tentativas.
Robinho
A pressão irlandesa durou até os 43 minutos, quando o Brasil enfim emplacou um contra-ataque e fez o primeiro gol. A bola chegou em Robinho, que estava impedido, e o atacante cruza para Andrews desviar contra a própria meta, para irritação e desolação do goleiro Given.
No segundo tempo o panorama mudou. A Irlanda não conseguiu manter a retranca armada pelo técnico Giovanni Trapattoni – especialista neste estilo de jogo – e aos poucos a seleção brasileira abria espaços e chegava. A partir dos 15 minutos, o domínio praticamente total do jogo teve como resultado chances para Kaká, Robinho, Daniel Alves e Michel Bastos.
Com tudo isso, o segundo gol era questão de acertar a pontaria. Aos 30 minutos, enfim a bola foi para a rede, após grande tabela entre Kaká, Robinho e Grafite. O último passou de calcanhar para Robinho, que bateu no canto e comemorou bastante o segundo gol brasileiro. Com isso, permitiu o desabafo do técnico Dunga a um torcedor que estava lhe importunando, pedindo a saída do atacante do Santos.
Ficha Técnica:
Brasil 2 x 0 Irlanda
Brasil – Júlio César; Maicon (Carlos Eduardo), Lúcio (Luisão), Juan e Michel Bastos; Gilberto Silva, Felipe Melo, Ramires (Daniel Alves) e Kaká; Robinho (Nilmar) e Adriano (Grafite). Técnico: Dunga.
Irlanda – Given; Kelly, McShane, St. Ledger e Kilbane; Lawrence (McCarthy), Whelan (Gibson), Andrews e Duff (McGeady); Keane e Doyle. Técnico: Giovanni Trapattoni.
Gols – Andrews (contra), aos 43 minutos do primeiro tempo; Robinho, aos 30 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos – Não houve.
Árbitro – Mike Dean (ING).
Renda e público – Não disponíveis.
Local – Emirates Stadium, em Londres (Inglaterra).