Uma no cravo, outra na ferradura. O dito popular pode muito bem ser aplicado à seleção brasileira. Faz uma excelente partida, é elogiada, os jogadores sobem às nuvens e, no jogo seguinte, o time é medíocre. Assim foi nas Eliminatórias. O Brasil jogou bem contra o Paraguai e levou um banho da Argentina. Assim está sendo na Copa das Confederações. Boa exibição na estréia contra a Grécia, quinta-feira, e péssima atuação ontem contra o México. Resultado: derrota, por 1 a 0 – e podia ter sido de mais. O tropeço diante dos mexicanos foi conseqüência de vários fatores. Entre eles a ?soberba? de alguns jogadores – Ronaldinho Gaúcho, por exemplo -, o fraco futebol de Kaká e Robinho e a pouca intimidade com a bola de outros, como Lúcio e Roque Júnior. Mas não se pode deixar de lado a incrível dificuldade que os brasileiros têm de jogar contra equipes que marcam bem. Ficam como baratas tontas. Se embolam em campo, começam a apelar para inúteis jogadas individuais, e, mesmo movimentando-se bastante, insistem em afunilar o jogo, que é tudo o que times que jogam fechados querem.
O técnico Carlos Alberto Parreira, que completou 100 jogos no comando da seleção, ficou sem presente. Também, não fez por merecer. Claro que não foi ele quem mandou os laterais Cicinho e Gilberto embolarem pelo meio no primeiro tempo. Mas pecou ao não conseguir posicionar melhor o time, que se via encurralado, e ao colocar em campo, durante a etapa final, os mesmos jogadores que utilizou contra a Grécia – os volantes Juninho e Renato e o atacante Ricardo Oliveira. Como as circunstâncias do jogo eram diferentes, não foi difícil perceber que não daria certo.
Mas e o México, nada fez para se impor ao Brasil? Fez, sim. Soube explorar as deficiências do adversário, a partir de uma eficiente marcação, e fazer o jogo que lhe interessava. O gol mexicano, de Borghetti, aos 13? da etapa final, ocorreu depois de uma falha ridícula de posicionamento dos zagueiros brasileiros após escanteio. E não se pode esquecer que, no primeiro tempo, o mesmo Borghetti perdeu pênalti que cobrou três vezes (em todas, até na que foi validada pelo juiz e Dida defendeu, houve invasão de área).
Ou seja, o México venceu e mereceu, foi a 6 pontos no Grupo B e está na semifinal. E o Brasil (3 pontos), agora, joga pelo empate com o Japão (3 e saldo de gols inferior) para se classificar. Bom, se a seleção se mantiver fiel ao revezamento, quarta-feira é dia de dar no cravo.