Rio de Janeiro – Depois de dois dias calmos, o Brasil 1 voltou a ser o mais rápido da Volvo Ocean Race. No boletim das 14h de ontem, o barco brasileiro apareceu com 340 milhas náuticas (cerca de 630 km) velejadas em 24 horas, mais do que os australianos do ING Brunel, com 324, ou até que o líder da etapa, o holandês ABN Amro One, com 278.
Mesmo assim, mais do que a volta da velocidade, os tripulantes comemoraram um fato ?inédito? nesta etapa: estar secos. ?Passamos alguns dias bem molhados por aqui. Mas quando digo molhado, acredite, é muito molhado, algo insuportável e cansativo. Pelo menos, andamos muito rápido também?, comenta o catarinense André Fonseca, um dos timoneiros do barco brasileiro.
?No Brasil 1, velocidade é igual a chegar mais cedo em terra, com um detalhe desconfortável: você sempre chega molhado. Às vezes, a tripulação brinca que é melhor demorar um pouco mais e molhar um pouco menos?, acrescenta André.
Até mesmo o espanhol Chuny Bermudez, mais acostumado aos perigos dos mares da Volvo Ocean Race, comemorou a mudança: ?Tivemos um bom dia. Mas o que significa exatamente um bom dia para nós? Bons dias são aqueles de vento em popa, sem muita força, com mais ou menos 22 nós, a uns 145 graus. Assim, o barco navega rápido, na direção em que queremos?.
?Isto sem contar que, a 20 nós e sem chuva, velejamos secos e, sobretudo, não precisamos de muita gente para tocar o barco. Apenas quatro velejadores são suficientes?, explica Bermudez.
Enquanto o Brasil 1 luta para recuperar o tempo perdido, na Austrália, os norte-americanos do Piratas do Caribe, em quarto lugar, concluíram nesta tarde o pit-stop na cidade de Albany e já estão de volta à segunda perna. Os líderes do ABN One seguem com vantagem pequena, de 31 milhas, para o Two. Em terceiro lugar, o Movistar/ESP, que também parou em Albany, está a 124 milhas do líder.