Com a vitória do Palmeiras sobre a Chapecoense na última quinta-feira, o Botafogo voltou para a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. E em menos de 24 horas a situação no clube piorou acentuadamente. Em crise também por causa dos três meses de atraso nos salários e de sete meses nos direitos de TV, o clube viveu uma sexta-feira de ruptura. O presidente alvinegro, Maurício Assumpção, anunciou a dispensa de quatro titulares do time: o atacante Emerson, o zagueiro Bolívar e os laterais Edilson e Julio Cesar.
O ambiente no clube se deteriorou e pode se agravar ainda mais neste sábado com o jogo contra o Vitória, às 16h20, no estádio Barradão, em Salvador, pela 26.ª rodada. Muito contrariado com a decisão da diretoria, o técnico Vagner Mancini pediu demissão, mas Maurício Assumpção não concordou e o convenceu e dirigir o time na partida. O confronto reunirá dois adversários diretos contra o rebaixamento.
“Todos os contratos estão rescindidos. Vinha amadurecendo a ideia e na quinta-feira comuniquei a algumas pessoas próximas que tomaria essa decisão. No fim do dia, liguei para o Wilson Gottardo (gerente de futebol) e falei que não era uma ingerência, mas que era uma decisão do presidente, que eu estava está tomando essa medida”, disse o presidente, durante entrevista coletiva. “Os jogadores já sabiam de tudo desde a quinta-feira”, acrescentou.
Os quatro atletas, porém, estiveram na manhã desta sexta no Engenhão, prontos para o treinamento. Os demais lhes prestaram solidariedade e o abatimento grupo ficou visível. Na entrevista, Maurício Assumpção não deixou claro o motivo do afastamento do quarteto, embora tenha dito que uma das razões seria “a parte técnica de determinados jogadores que não são condizentes com os discursos”. Ele assumiu a responsabilidade por uma eventual queda do Botafogo para a Série B. “Eu sou o único responsável por um possível rebaixamento.
Não tenham dúvida”.
Por meio de seu perfil em uma rede social, Edilson se disse “inconformado” com a decisão e desejou sorte aos colegas que ficaram no clube. O empresário de Emerson e Julio Cesar, Reinaldo Pitta, criticou bastante Maurício Assumpção e afirmou que não havia nem como conversar com quem deixa salários atrasados de jogadores por tantos meses.
No início da noite, quando a equipe estava a caminho de Salvador, torcedores começaram a se reunir em frente à sede do clube, em General Severiano, no bairro de Botafogo, na zona sul do Rio. Estavam revoltados e prometeram montar acampamento no local a fim de pressionar Maurício Assumpção. Querem que ele volte atrás na demissão dos quatro jogadores, os quais se reuniram na casa de Emerson, na Barra da Tijuca, na zona oeste.
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