Botafogo e Fluminense jogam clássico em Pernambuco

O governo do Rio de Janeiro gastou mais de R$ 1,2 bilhão de dinheiro público com a reforma do Maracanã. Mas o torcedor carioca está órfão de seus times como consequência da privatização do estádio. Botafogo e Fluminense fazem neste domingo, às 18h30, o clássico carioca da sexta rodada do Campeonato Brasileiro na Arena Pernambuco, no Recife, a mais de 1,8 mil quilômetros de distância do Rio de Janeiro.

Sem o Engenhão, o time alvinegro está em situação semelhante ao rival das Laranjeiras e do Flamengo. O consórcio que ganhou o Maracanã por 35 anos está fazendo jogo duro com os clubes. As propostas feitas são desfavoráveis ao trio, o que tem adiado um acerto de longa duração para que atuem no local.

O edital de concessão do estádio exige que o consórcio feche com dois clubes grandes do Rio de Janeiro, mas não estipula prazo para isso, o que permite a Odebrecht, IMX, AEG endurecer na negociação pelo tempo que desejar, na expectativa de os clubes cederem pela necessidade técnica de fazer seus jogos na cidade.

“Lógico que queremos jogar no Rio, o desgaste é menor, há um ganho técnico. Mas isso não pode ser o fator preponderante (para fechar acordo)”, destacou o presidente Peter Siemsen, do Fluminense, em entrevista exclusiva. “Estamos em busca de um equilíbrio. As negociações estão avançadas”.

O Fluminense se acertou para fazer um jogo no novo Maracanã – o clássico contra o Vasco, no próximo dia 21 -, mas busca melhores parâmetros para um contrato de longa duração. Siemsen não dá prazo, mas vislumbra um desfecho positivo em pouco tempo. “Estamos em uma situação mais confortável do que o Flamengo e o Fluminense. Como teremos o Engenhão de volta em 2015, podemos nos dar ao luxo de fazer um acordo por menos tempo, sem tantas vantagens”, disse uma fonte ligada à alta cúpula do Botafogo, que preferiu não se identificar.

Um dos pontos de entrave é a partilha de receitas extras aos ingressos. O consórcio quer toda a renda dos camarotes, cujos valores são altos, além de controlar os ganhos com estacionamento, alimentação e publicidade. “Numa escala de um a 10, a nota (da proposta do consórcio) foi 3”, disse Luiz Eduardo Baptista, vice de marketing do Flamengo, que jogou neste sábado em Brasília e está longe de chegar a um ponto comum com as empresas administradoras do Maracanã.

Entre os jogadores, a lamentação também é grande. “O clássico é um momento importante do futebol. É uma pena não podermos jogar (no Maracanã). Ainda vamos esperar um pouquinho para entrar lá”, comentou o botafoguense Seedorf. “Mas é na crise que a gente tem que ser criativo. Com certeza (esse problema) tem solução e devemos aproveitar muito nossos torcedores no Norte e Nordeste”.

Enquanto os torcedores cariocas sofrem com o Maracanã fechado, o público do Recife será brindado com uma partida de alto nível. Além do duelo de dois bons times, o jogo marca o confronto entre dois dos primeiros colocados. O clube alvinegro tem 10 pontos, o rival tricolor soma nove.

Promessa, portanto, de um confronto intenso, acirrado, disputado e entre dois times em bom momento físico. Depois da parada para a Copa das Confederações, o técnico Abel Braga terá a volta de Fred, Diego Cavalieri e Jean, campeões da competição com a seleção brasileira. “Eles trazem um peso muito grande, passa a haver uma preocupação maior do adversário em relação à nossa equipe. Os jogadores estão motivados. Traz um ânimo diferente, eles vêm com o titulo nas costas”, comentou.

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