Fluminense e Botafogo fizeram um clássico abaixo das expectativas, neste domingo, no Engenhão, e o resultado de 1 a 1 foi mais comemorado pelos tricolores, que atuaram com praticamente o time principal, mas sofreram no segundo tempo com o cansaço fruto de uma semana de viagens e jogo decisivo, pela Libertadores, e foram pressionados pelos alvinegros nos minutos finais.
O resultado desloca o Botafogo da liderança do Grupo A. O time está agora na segunda posição, com 14 pontos, atrás do Flamengo, com 15. O Fluminense é o terceiro no Grupo B, com sete pontos, e ainda está na briga por uma vaga nas semifinais da Taça Rio.
O alvinegro volta suas atenções agora para a Copa do Brasil, pela qual tem compromisso contra o Guarani, quarta-feira. Já o time tricolor tem merecida pausa depois de sequência impiedosa de deslocamentos e partidas puxadas. “O saldo foi positivo, pelo que enfrentamos na semana. Pouco tempo para descansar, valeu esse um pontinho”, comemorou Thiago Neves.
“Vamos erguer a cabeça e seguir buscando a classificação. Agora temos que pensar no Guarani e tentar evitar o segundo jogo para termos uma semana livre”, comentou Renato, pelo lado do Botafogo.
A escalação inicial do Flu surpreendeu a todos. O técnico Abel Braga ouviu seus homens e decidiu por mandar o time titular quase completo, apesar do desgaste da viagem a Barinas, na Venezuela, pela Libertadores. Com a vaga às oitavas assegurada, Abel resolveu pedir esse esforço adicional em busca da sobrevivência no segundo turno estadual.
Mesmo com o cansaço, os tricolores fizeram disputa equilibrada. Mas foram os alvinegros que abriram os trabalhos. Aos 18, Elkeson tabelou com Andrezinho e finalizou bem, por cima de Diego Cavalieri.
O jogadores do Fluminense, porém, ainda tinham gás para queimar. Depois de aparecer livre na área duas vezes e desperdiçar, Fred aproveitou cruzamento de Wellington Nem e empatou, aos 34. “Está todo mundo bem. Não temos que ficar falando de cansaço. Dá para ganhar o jogo, sim”, disse Deco.
Mas o esforço tricolor foi chegando ao limite e o desgaste físico e muscular apareciam. Fred acusou dores e deixou o campo aos 15 minutos do segundo tempo. O jogo caiu de qualidade e as chances rarearam. Coube a Herrera um momento de emoção, com um chute cruzado que acertou o poste direito de Cavalieri.
No mais, passes errados e chutões de lado a lado tornavam o clássico um autêntico “rachão”. Os botafoguenses poderiam ter reclamado de um lapso da arbitragem. Herrera impediu legalmente a saída de bola de Cavalieri, em lance que resultaria em gol. O juiz Leonardo Cavaleiro invalidou a jogada e ainda advertiu o argentino com o amarelo.
Amarelo que devia ter sido dado para Deco, por entrada criminosa em Caio. O luso-brasileiro, como já tinha sido punido, merecia a expulsão. Fellype Gabriel ainda teve a chance da vitória, mas parou em boa intervenção do goleiro tricolor. Assim como Herrera, que cabeceou na trave, já nos acréscimos.
Herrera, por sua vez, foi escalado como substituto de Loco Abreu, que se machucou no treino da última sexta-feira. Ele tinha retorno previsto ao time no clássico, mas o novo problema deixou o uruguaio fora do confronto.
FICHA TÉCNICA:
FLUMINENSE 1 X 1 BOTAFOGO
FLUMINENSE – Diego Cavalieri; Bruno, Gum, Leandro Euzébio e Carlinhos; Valencia (Edinho), Jean, Deco e Thiago Neves; Wellington Nem (Rafael Sóbis) e Fred (Rafael Moura). Técnico – Abel Braga.
BOTAFOGO – Jefferson; Lucas, Antônio Carlos, Fábio Ferreira e Márcio Azevedo; Marcelo Mattos, Renato, Andrezinho (Jobson) e Elkeson (Caio); Fellype Gabriel e Herrera. Técnico – Oswaldo de Oliveira.
GOLS – Elkeson, aos 18; Fred, aos 34 do primeiro tempo.
ÁRBITRO – Leonardo Garcia Cavaleiro.
CARTÕES AMARELOS – Elkeson, Marcelo Mattos, Herrera. Deco, Wellington Nem, Edinho.
RENDA – não disponível.
PÚBLICO – 8.020 pagantes (11.340 presentes).
LOCAL – Estádio do Engenhão, no Rio.