Não foi uma atuação de lavar a alma. Longe disso. A vitória do Botafogo por 1 a 0 sobre o Atlético Mineiro foi obtida no conta-gotas, com pressão adversária no fim. Mas há de ser comemorada, como foi pelos 10 mil valorosos botafoguenses que se animaram a ir ao estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, neste sábado, e ajudar o seu time a superar a eliminação da Copa do Brasil.
Mais do que um jogo, a partida contra os atleticanos, pela 31.ª rodada do Campeonato Brasileiro, era uma sessão de descarrego, um expurgo dos 4 a 0 impostos pelo rival Flamengo, na última quarta-feira, que abalou a confiança de jogadores e torcedores. “Cada jogo é uma nova história. Todo mundo cai. O importante é aprender a se levantar e se levantar rapidamente”, discursou Seedorf, que teve atuação fraca mais uma vez, mas não demonstrou a apatia do jogo anterior e a ajudou a manter seus companheiros determinados.
Com 53 pontos, na terceira colocação, o Botafogo abre sete sobre o Goiás (5.º), que neste domingo visita o Náutico, no Recife, e tenta manter a pressão sobre os cariocas na luta por uma vaga na Copa Libertadores do ano que vem. “Temos dificuldades e estamos desde o início entre os primeiros. Queremos escrever a história deste grupo e vamos até o fim (na busca da vaga na Libertadores)”, disse o meia holandês, substituído na metade da segunda etapa.
Os atleticanos têm 45 pontos, no sexto posto da tabela de classificação, sem qualquer pretensão ou preocupação que não a de se preparar para a disputa do Mundial de Clubes da Fifa no fim do ano.
O primeiro tempo foi de uma modorra completa. Era de se esperar um ímpeto diferente do clube alvinegro carioca, que precisava mostrar que estava disposto a superar a derrota e eliminação sofrida nas mãos dos rubro-negros. Mas os botafoguenses, em um Maracanã bem vazio, estavam entregues a um desânimo evidente. Jogavam como quem cumpre um trabalho protocolar, com correção, mas sem vibração.
Como os atleticanos nada almejam na competição, usando as rodadas finais para o ajuste fino da equipe, os primeiros 45 minutos foram de esporádicas emoções. Diante da má qualidade do duelo no Maracanã, os poucos torcedores tiveram chance de vibrar apenas com o placar digital da arena. Três gols do Criciúma no Mineirão, que viraram um placar adverso de 2 a 0 a favor do Cruzeiro, provocaram comemoração de atleticanos e botafoguenses – (no fim, triunfo celeste por 5 a 3).
Com sete minutos do segundo tempo, apenas os cariocas se levantaram, para aplaudir a tabela de Julio Cesar com Gabriel (outra mudança do técnico Oswaldo de Oliveira) e o gol do primeiro, que abriu o marcador. A partir daí, os visitantes tomaram controle do jogo. Mais pelo excessivo recuo botafoguense, o que também é natural diante da pressão que sofriam para conseguir um triunfo que evitasse uma possível aproximação dos goianos, ameaçando o retorno à Libertadores depois de 18 anos.
Diego Tardelli assustou Jefferson em chute de longe. Jô perdeu boa oportunidade. A pressão foi aumentando gradativamente, pois à medida que o tempo passava os anfitriões se fechavam ainda mais e tinham menos tranquilidade para buscar o contra-ataque. Os quatro minutos de acréscimo dados pelo árbitro pareceram uma eternidade. O apito final representou o alívio.
FICHA TÉCNICA
BOTAFOGO 1 x 0 ATLÉTICO-MG
BOTAFOGO – Jefferson; Edilson, Bolívar, Dória e Julio Cesar; Marcelo Mattos, Gabriel, Gegê (Otávio) e Seedorf (Lodeiro); Rafael Marques e Alex (Sassá). Técnico: Oswaldo de Oliveira.
ATLÉTICO-MG – Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Emerson e Junior Cesar (Neto Berola); Pierre, Josué (Leandro Donizete), Luan (Guilherme) e Diego Tardelli; Fernandinho e Jô. Técnico: Cuca.
GOL – Julio Cesar, aos 7 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Dória (Botafogo); Emerson (Atlético-MG).
ÁRBITRO – Márcio Chagas da Silva (RS).
RENDA – Não disponível.
PÚBLICO – 6.472 pagantes (10.743 no total).
LOCAL – Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ).