O centroavante argentino Mauro Boselli mostrou sinceridade em sua entrevista coletiva nesta quarta-feira. Ele admitiu que o Corinthians “pode jogar muito melhor” e não garantiu permanência no clube em 2020. Ao ser questionado pelos poucos gols que a equipe tem marcado, Boselli disse que o técnico Fábio Carille é quem pode responder.
“Tem que perguntar ao treinador (os motivos). Nos outros times os atacantes têm três, quatro chances de gol por jogo. Aqui eu preciso otimizar, porque não tenho. Não é o nome que joga, seja eu, Vagner Love ou Gustavo. É o funcionamento, ter a característica de ser um time mais ofensivo, que vai castigar mais o rival”, afirmou Boselli.
“Creio que pelo grupo que temos e pela qualidade, podemos jogar muito melhor. É potencializar o que temos de bom. É importante ter uma boa defesa, mas temos que melhorar a chegada ao gol. Os jogadores ofensivos não têm muitos gols, mas não me lembro de perdermos muitas oportunidades de gol. Temos que melhorar em muitos aspectos”, acrescentou.
Boselli participou de 38 partidas nesta temporada e marcou sete gols. Além de não ter uma sequência como titular, o argentino comentou outro motivo para não garantir a permanência no ano que vem: a adaptação da família.
“Faltam muitos jogos para terminar o campeonato e minha análise geral não é só futebolística, de brigar por espaço. Minha avaliação inclui vida pessoal. Minha família tem problemas para se adaptar, isso influencia. É de tudo um pouco, não só futebol. Depois do futebol temos 24 horas com a família, muito tempo fora de casa, não estávamos acostumados. Há um monte de coisas. Mas isso é no fim do ano, tem muitas partidas pela frente e eu quero fazer o melhor. Hoje não tem sentido falar”, disse Boselli, que tem 34 anos e contrato com o Corinthians até o fim de 2020.
Boselli deve voltar a ser titular na partida contra o Athletico-PR, nesta quinta-feira, às 19h1, na arena em Itaquera. Questionado sobre por que não se firmou na equipe principal, o centroavante novamente respondeu que quem tem de dar esta resposta é Carille.
“Tenho uma forma de pensar, mas prefiro guardar para mim. Quem pode dar a resposta é o treinador. Mostro desde o primeiro dia que sou uma pessoa que trabalha, treina bem e mostra dentro de campo, e não faço manifestações que possam ser contraproducentes para a equipe. Guardo para mim. Acho que quando entrei ou comecei do início fiz as coisas bem. Quem pode responder é Carille”, declarou.