Borges é o novo ídolo da torcida paranista. Não é para menos. Artilheiro do Tricolor com 5 gols, ele é um atacante diferenciado. Irreverente, mostra-se um jogador que prima pelo profissionalismo. Evita polêmicas, não promete gols, mas dentro de campo é mortal. O golaço que marcou frente ao Fortaleza driblando dois zagueiros em um pequeno espaço dentro da área foi só um sinal do que, ao que tudo indica, virá pela frente.
Desta vez, Borges trocou as cambalhotas (foi assim que ele comemorou os três primeiros gols com a camisa tricolor) por aplausos. No primeiro, correu para os camarotes, no segundo, para a Fúria Independente. Ouvindo seu nome em coro, aplaudiu a todos, enquanto era cercado pelos companheiros. ?Estou muito feliz, pois esse grupo é muito bom. A vitória é do grupo?, disse o jogador.
No próximo domingo, quando pisar no gramado do Couto Pereira, Borges completará a sétima partida pelo Paraná, pondo fim ao assédio de outros times da primeira divisão. Pelo regulamento, jogadores que disputarem até seis jogos por um clube ainda assim poderão se transferir para outra agremiação da mesma divisão. ?Nem penso nisso. Quero fazer um grande campeonato e levar o Paraná a uma posição de destaque?, afirmou. Os empresários da LA Sports, detentores dos direitos federativos do jogador, assinam embaixo. ?Ele vai ficar no clube até o fim do ano, pelo menos?, afirmou Luiz Alberto Martins de Oliveira Filho. O atacante tem contrato com o Paraná até abril de 2008.
Nem mesmo uma discussão com André Dias tirou a tranqüilidade do artilheiro. Quando o pênalti foi assinalado, Dias pegou a bola para bater. Borges, na condição de batedor oficial, tomou-a do companheiro e cobrou com precisão. ?Tenho a confiança dos companheiros e treino muito. Enquanto o Renaldo não voltar, pois sei que ele é o primeiro cobrador, a responsabilidade é minha?, afirmou.
Lição de casa com louvor e goleada
O Paraná Clube fez com sobras a lição de casa. Se durante a semana o técnico Lori Sandri antecipou que era chegado o momento de deslanchar na competição, nada melhor que arrancar com goleada. O Paraná Clube venceu e convenceu num jogo onde não tomou conhecimento do adversário. Pior para o Fortaleza, que perdeu por 3×0, com direito a olé. Agora, o Tricolor parte em busca da afirmação e num jogo especial. No próximo domingo, o primeiro clássico paranaense do Brasileirão agita a cidade: Coritiba e Paraná se enfrentam no Couto Pereira.
Depois de três jogos sem vitória no Pinheirão, o Paraná já começava a sentir a pressão aumentar. Afinal, a derrota para o Brasiliense o relegara pela primeira vez à indesejável zona de rebaixamento. Independente da proposta ofensiva, todos destacavam a importância de um perfeito sistema de marcação, que imunizasse o Tricolor dos contragolpes do ?perigoso? Fortaleza. Em campo, a superioridade foi tanta, que o goleiro Flávio nem sujou o uniforme. Arremates esporádicos e para longe do gol foi o máximo do time cearense.
Foi, a rigor, um jogo de ataque contra defesa. A partir do apito inicial do árbitro Djalma José Beltrami Teixeira. Só que, durante toda a primeira etapa, o Paraná não conseguiu traduzir em gols o volume de jogo.
A expulsão de Chiquinho do Fortaleza no fim do primeiro tempo era só um sinal do que viria pela frente. Ainda mais quando Lori trocou o zagueiro Marcos pelo meia Maicosuel. Foram necessários apenas 4 minutos para a primeira explosão da galera tricolor. E numa pintura do artilheiro Borges. Com direito a chapeuzinho, o atacante tirou dois zagueiros antes de fuzilar Bosco. O caminho estava aberto e a goleada foi questão de tempo. Thiago Neves, em jogada ensaiada, ampliou e Borges, de pênalti, definiu a primeira vitória no Paraná em seu território.