Atacante está num momento mágico e quer tirar proveito disso, marcando muitos gols pelo Tricolor.

Ele não só garantiu a vitória do Paraná Clube – a oitava – como alcançou a artilharia do Brasileirão com dez gols, ao lado de Fred (Cruzeiro), Róbson (Paysandu) e Alex Dias (Vasco). Herói do jogo, o atacante Borges evitou as badalações e creditou à união do grupo o bom resultado e a volta da boa fase. ?Passei uma maré ruim. Os gols não saíam e isso estava me incomodando demais. Mas, é coisa do passado?, afirmou Borges.

continua após a publicidade

O artilheiro comemorou em grande estilo a volta dos gols. Foram duas cambalhotas (com direito a mortal) – sua maneira característica de comemorar gols – e uma declaração de amor à noiva, na câmera de tevê. O técnico Lori Sandri fez vários elogios à performance do camisa 9, que além de marcar três vezes criou a jogada do gol de André Dias. ?Ele desequilibrou?, disse o treinador, logo após o jogo. Com média de 0,71 gol/jogo, Borges quer mais.

?O time está embalado e isso é bom. Mas, é preciso manter a mesma pegada?, avisa. O atacante chegou a viver um período de ?crise? ao protestar contra Lori Sandri ao ser substituído frente ao Corinthians. O jejum de cinco jogos sem gols marcou o pior momento do atacante neste Brasileiro. Só que contra o São Caetano, mesmo sem balançar as redes, ele voltou a jogar bem, encontrando seu espaço no ataque.

A partir da rodada seguinte, Borges ?deu um bico? na falta de sorte e voltou a fazer a alegria da galera paranista. Nas últimas três rodadas, não passou em branco um jogo sequer. O resultado prático da boa fase do artilheiro: vitórias sobre Atlético-PR por 2×0 (um de Borges), Inter por 2×0 (1), e Paysandu por 4×3 (3). No domingo, fez a diferença justamente diante de seu ex-clube. No Brasileiro do ano passado, Borges atuou pelo Paysandu e não fez gols. ?É que fui titular poucas vezes e entrava apenas no final dos jogos. Agora, o momento é outro. Graças a Deus.? (IC)

continua após a publicidade

Maratona começa com 100% de aproveitamento

A arrancada não poderia ser melhor. Com seis pontos na bagagem – e um visível desgaste estampado no rosto dos atletas – o Paraná Clube completou a primeira etapa de sua maratona, que marca ainda oito jogos fora de Curitiba nas próximas dez rodadas do Brasileirão.

continua após a publicidade

Os resultados positivos em Porto Alegre e Belém do Pará consolidaram a quinta colocação da equipe, que agora faz em casa um "jogo de seis pontos".

Se vencer o Botafogo, amanhã – às 21h45, no Pinheirão – o Tricolor garante a quarta posição, podendo até herdar o terceiro lugar se o Internacional não vencer o Santos, no Beira-Rio. Invicto há quatro rodadas (nas quais somou dez pontos), o time de Lori Sandri equilibrou de vez o seu rendimento no campeonato brasileiro. Agora, o aproveitamento em casa e fora é idêntico: 58,3%. Na condição de visitante, é o terceiro melhor desempenho entre todos os participantes da competição, ficando atrás apenas de Internacional (66,7%) e Corinthians (62,5%).

"Recuperamos aqueles pontos que havíamos perdido em casa, no início da competição", lembrou o vice de futebol José Domingos. "E, um ponto importante é o ambiente do grupo. Passamos quase uma semana fora sem nenhuma crise. O astral é muito bom". Para Lori Sandri, ainda é cedo para reprogramar objetivos. Faltam apenas dois pontos para o Paraná atingir a meta inicial de 30 pontos no primeiro turno. E, com cinco rodadas pela frente, a pontuação deverá ser ultrapassada com sobras.

Se mantiver o rendimento atual, o Paraná chegará à 21.ª rodada com 37 pontos. Para isso, seriam necessárias mais três vitórias. "É possível, mas desde que a mobilização seja mantida. Há muito o que corrigir", avisa Lori Sandri. O treinador, apesar da vitória sobre o Paysandu (4×3), não gostou do comportamento da zaga. Embora os gols sofridos, o Tricolor mantém a condição de defesa menos vazada do brasileiro, agora com 17 gols contra, um a menos que o Fluminense.

Estes ajustes terão que ser processados na base do diálogo. O desgaste nestas viagens – de Porto Alegre a Belém e depois Curitiba – foi muito grande e o descanso passou a ser o melhor treinamento para o time. Tanto que o trabalho regenerativo de ontem à tarde foi cancelado. A delegação chegou "em casa" por volta de 15h e foi para uma churrascaria. "Teremos ainda esta terça-feira para uma recuperação física e um treino leve para acertar o time", comentou Lori.

Para facilitar o trabalho do preparador físico Wilian Hauptmann – que vai utilizar a imersão em gelo para acelerar a recuperação muscular dos atletas – o treino desta tarde foi confirmado para a Vila Capanema (inicialmente, o apronto seria no Pinheirão). A princípio a única mudança será na zaga, onde João Paulo substitui Daniel Marques, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Vicente se recupera de uma entrose de tornozelo, mas acredita que estará em campo amanhã.

Bola alta quase complicou tudo

Foram quinze rodadas sem levar um gol sequer de cabeça. Uma marca invejável, ainda mais para um clube que recentemente conviveu com o fantasma do rebaixamento e que traz em seu histórico números ruins quando o assunto é gols sofridos. Após suportar com segurança a pressão do Inter – que passou 90 minutos alçando bolas na área do Paraná – a defesa se perdeu em Belém do Pará.

Três gols (dois deles em escanteios) em jogadas aéreas quase colocaram em xeque a oitava vitória da equipe. Foi, a rigor, a única restrição feita por Lori Sandri após o jogo. "Acho que relaxamos um pouco. Talvez porque o jogo estava sob controle. Isso sem tirar o mérito do adversário, que possui bons cabeceadores", comentou o goleiro Flávio.

Para o goleiro, a campanha não surpreende. "Para nós, que trabalhamos no dia-a-dia, não há novidade. O grupo é muito bom", comentou. Flávio não se mostra preocupado com a reação dos críticos, que dão pouco crédito ao Tricolor. "Para nós é melhor assim. Enquanto vão duvidando da gente, continuamos subindo. E podemos ir mais longe. É só manter a mesma garra", finalizou.

Torcida deve lotar o Pinheirão

A promoção termina amanhã, ao meio-dia. Mas, a tendência é que ainda hoje esgote a carga de cinco mil ingressos a R$ 5,00 para o jogo Paraná Clube x Botafogo. ?São 29 pontos de venda na cidade. Creio que diante das vitórias, não só apenas os ingressos promocionais se esgotarão. Vamos ter casa cheia?, disse o vice de marketing Waldomiro Gayer Neto. A decisão de disponibilizar apenas 25% da carga total (20 mil) foi baseada em números recentes.

?Historicamente, vendemos antecipadamente em torno de 1.500 ingressos. Frente ao Atlético, quando sete mil compraram com antecedência, pesou o fato da venda ser feita no estádio, no calor do jogo?, justificou Neto. Para o vice de marketing, a promoção visa favorecer aqueles que comparecem em todos os jogos e não deixam para comprar o ingresso na última hora. ?Só que não podemos colocar toda a carga a preços baixos, pois precisamos do retorno financeiro e a R$ 5,00 a arrecadação não cobre as despesas?, confirmou.

Waldomiro Gayer lembrou ainda que o Paraná manteve os ingressos a R$ 15,00, enquanto muitos clubes já majoraram os preços. ?Temos feito várias promoções. Nossos sócios pagam meio-ingresso e mulheres e menores que fizeram as carteirinhas Família no Estádio têm livre acesso?, disse. Os ingressos podem ser adquiridos nas sedes do clube (Kennedy, Capanema, Tarumã , Boqueirão e Loja Tricolor, no Big) e nas farmácias da rede Multifarma de Curitiba e região metropolitana. Nas bilheterias do estádio, o ingresso custará R$ 15,00, sendo que menores, estudantes, sócios e idosos pagam R$ 7,00.