A partida de sábado contra o Fluminense marca uma boa notícia para o técnico Paulo Bonamigo. Depois de quatro jogos, o treinador poderá formar a chamada “equipe ideal”, com todos os titulares.
Se tudo correr normalmente, estará em campo a mesma formação que jogou contra a Ponte Preta, com Picolli (que não atuou contra o Bahia), Roberto Brum (Flamengo), Reginaldo Nascimento e Da Silva (Corinthians).
E com a presença de todos, Bonamigo não esconde o desejo de colocar a sua equipe principal. “Eu tenho que manter a coerência e escalar aqueles que vêm sendo titulares”, explica o treinador alviverde. Isso confirma os retornos automáticos de Nascimento e Da Silva – este se recuperando de uma forte gripe. “Isso não vai me atrapalhar. Estou melhorando e vou jogar no sábado”, garante o atacante.
E a volta dos dois representa principalmente o retorno de um esquema que deu certo – o ?falso? 3-5-2, com Reginaldo Nascimento compondo a defesa com Picolli e Edinho Baiano. Apesar de Bonamigo não dizer que mudou o sistema contra o Corinthians (“A equipe jogou como sempre”, afirma o técnico), os jogadores confirmam que a normalidade será retomada. “A gente ficou desacostumado a jogar em um 4-4-2”, confessa Reginaldo Araújo.
A alteração mais profunda acontece na marcação -que com três zagueiros é mais individualizada. “Jogando no 4-4-2 nós temos que nos encaixar melhor”, explica Picolli. “Com dois zagueiros, às vezes é necessária a mudança de posicionamento. No 3-5-2 cada um ocupa sua função”, completa o zagueiro, que joga pela direita – Edinho é o líbero e Nascimento fica pela esquerda.
E, apesar de ter a base montada – e com o time praticamente definido, Bonamigo não descarta alterações pontuais. Segundo ele, alguns jogadores estão “pedindo passagem”. “O exemplo é o Lima, que estava fora e depois voltou. Por isso, alguns jogadores que não são titulares agora podem vir a ser daqui para frente”, afirma, citando logo depois Genílson, Alexandre Fávaro e Pepo como atletas que podem ganhar novas chances.
Isto foi comprovado no treino coletivo de ontem, no Couto Pereira. A formação inicial era a prevista: Fernando; Reginaldo Araújo, Picolli, Edinho Baiano e Adriano; Reginaldo Nascimento, Roberto Brum, Tcheco e Lúcio Flávio; Da Silva e Lima. Na segunda parte do trabalho, Genílson e Jábá entraram no ataque. “Eles (Da Silva e Lima) sabem que, se em 45 minutos eles não estiverem bem, podem ser substituídos”, avisa Bonamigo.
Nascimento já está de volta
Ele é considerado titular absoluto até mesmo pelos próprios companheiros. Para muitos, a ausência dele foi um dos fatores fundamentais para a derrota do Coritiba para o Corinthians no domingo. E não se trata de nenhum jogador de armação ou artilheiro dos momentos decisivos. Trata-se de Reginaldo Nascimento, o imprescindível do Alto da Glória.
Jogando como um terceiro zagueiro, Reginaldo conquistou a confiança do técnico Paulo Bonamigo, a admiração dos companheiros e o apoio da torcida. “Ele é o segredo do nosso sistema defensivo”, confessa o zagueiro Picolli. Pela esquerda, o volante (agora zagueiro) transforma o esquema do Coritiba – do 4-4-2 que é no papel para o usual 3-5-2.
E por isso ele é considerado imprescindível – fato raro na carreira dele, e mesmo para os volantes em geral. Se bem que Nascimento não acha tanto assim. “Eu sei da importância que tenho aqui, mas um clube como o Coritiba precisa de mais jogadores que os onze titulares. E ninguém aqui tem posição garantida, pode ter certeza”, garante ele, que prega a união no elenco coxa. “Aqui nós somos realmente uma família. O ambiente está ótimo”.
Prestes a completar duzentos jogos pelo clube, Reginaldo Nascimento vive a sua melhor fase. “Eu fico feliz com os elogios, mas não posso ficar pensando neles. Eu preciso sempre estar bem, porque não se pode viver apenas com o que passou. Cada jogo é o mais importante”, afirma o jogador. Mas ele tem consciência de que vai jogar no sábado contra o Fluminense, e acha isso natural. “Eu tenho que pensar assim, porque às vezes tenho que olhar meu lado”, finaliza. (CT)