As dúvidas aumentaram. Mais duas peças foram acrescidas ontem no quebra-cabeça de Paulo Bonamigo. Com o bom desempenho no treino, Roberto Brum e Willians entram no plano do treinador para o clássico de amanhã, às 18h, no Couto Pereira. O técnico alviverde garante que ambos poderão entrar em campo no Atletiba, o que aumenta a indefinição da formação coxa. Mistério pouco é bobagem.
Nem mesmo Bonamigo esperava a presença dos dois no treino de ontem. Mesmo assim, se participassem seria em uma intensidade menor que a dos outros jogadores. Mas tanto Brum quanto Willians participaram normalmente do trabalho, o que animou o técnico. “O trabalho que realizamos teve uma exigência considerável, e isso me permite pensar na utilização deles no jogo”, confirma.
Os dois volantes também demonstram o desejo de participar do Atletiba 316. “Eu vou jogar. Eu me recuperei, e estou à disposição do Bonamigo”, garante Brum. “Fico pronto para o que for necessário”, completa Willians. O treinador, no entanto, ainda se mostra precavido. “Lesão de tornozelo (ambos tem o problema) não se resolve facilmente. O jogador treina em um dia e sente no dia seguinte. Tenho que esperar mais 24 horas para decidir”, avisa.
Isso porque, com Brum e Willians, a cara do Cori para o clássico muda bastante. Se ambos jogarem, Nivaldo seria sacado, para que Willians seja o terceiro zagueiro – tal definição manteria Jackson na ala-direita. Se um deles entrar em campo, Nivaldo fica na equipe, e o resto da estrutura não mudaria. “A princípio, não vamos mudar o estilo da equipe jogar”, confessa Bonamigo.
Mas se os dois forem vetados, as dúvidas aumentam. A primeira opção seria a simples entrada de Pepo como volante, mantendo a estrutura tática da partida contra o Goiás. Outra opção seria o deslocamento de Pepo para a ala, formando o meio com Jackson, Tcheco e Lima. “Eu fico um pouco mais, mas mesmo assim com liberdade para o apoio”, resume Tcheco. Essa formação também pode ser usada com a presença de Willians, já que Bonamigo não descarta usá-lo como terceiro zagueiro.
Recuo
Preocupado com as lesões ocorridas nesta semana, o técnico alviverde cancelou o coletivo de ontem e hoje só realiza um recreativo, às 9h, no CT da Graciosa. “São treinos de choque, e é melhor evitar esse tipo de situação”, comenta Bonamigo. O que preocupou o treinador coxa foi a contusão de Willians, que aconteceu duas semanas depois de ele ter sofrido uma torção no mesmo tornozelo.
Namorados para sempre
Ninguém esperava, muito menos o próprio alvo da homenagem. O feito de Melissa Rosa do Nascimento, esposa do zagueiro Edinho Baiano, foi o mais marcante do Dia dos Namorados no CT da Graciosa. Foram quinze minutos inéditos no local – e, pelo que se sabe, na história do clube. E nem os mais fortes resistiram à emoção do momento.
Tudo começou ao melhor estilo treino pré-Atletiba: jogadores dando entrevistas, o técnico Paulo Bonamigo explicando o que pensa do jogo, jornalistas correndo atrás da escalação coxa. O inusitado aconteceu quando um helicóptero começou a sobrevoar o CT, dando asas à imaginação dos incautos. Seria uma emissora de televisão? Seria um espião do adversário?
Não era nada disso. Do helicóptero desceu Melissa, trazendo a tiracolo um violonista. Edinho não sabia de nada, e estava no meio de seu ritual antes dos treinos quando foi chamado às pressas para o gramado, já ocupado por jornalistas, jogadores e comissão técnica – além, é claro, do helicóptero.
No centro do campo, Melissa começou a cantar uma música em homenagem ao jogador, sendo acompanhada pelo violão e pelas palmas dos jogadores, já integrados ao clima romântico da situação. Depois, um poema, flores e o desfecho já esperado: beijos, salva de palmas e emoção do capitão coxa. “É ela que me faz continuar jogando. É o grande amor da minha vida”, afirmou Edinho.
Melissa, com surpreendente naturalidade, disse que não foi nada programado. “Apenas aluguei o helicóptero, combinei com o violonista e avisei o (Sérgio) Ramirez”, contou.
E alguns que viram a cena não resistiram. “Teve gente bastante emocionada. Um ou outro chorou, mas eu não digo os nomes”, disse Tcheco. Pelo menos um deles confessou a emoção. “Eu tentei me conter, mas as lágrimas rolaram. Achei muito bonito. Só espero que a Roberta (esposa) não veja, porque senão vai ter outro helicóptero por aqui”, afirmou Roberto Brum.