A mudança no comando técnico do Atlético quase refletiu no Paraná Clube. O Náutico, após perder Roberto Fernandes, veio com tudo atrás de Paulo Bonamigo.
O clube pernambucano pretendia levar toda a comissão técnica do Tricolor para comandar o atual líder da Série A.
Comprometido com o projeto de retorno à primeira divisão, a resposta do treinador foi negativa. ?Na verdade, nem deixei a conversa avançar?, confirmou Bonamigo.
O treinador admite que a missão é difícil – reestruturar o time e conseguir o ponto de equilíbrio para deslanchar na competição -, mas não quis dar abertura para uma conversação direta com os dirigentes do Náutico. ?Estou focado no nosso trabalho. Por isso, me esquivei de qualquer contato.? Bonamigo chegou ao Paraná Clube há três meses e meio. Nesse período, tirou o time de uma área de risco no Paranaense, chegando à semifinal.
Também sob sua direção, o Tricolor obteve bons momentos na Copa do Brasil. Só que além do revés nas duas competições, em fases decisivas, o técnico se deparou com um visível declínio técnico de alguns jogadores, em meio à largada da Série B.
?Acho que tudo é um reflexo daquelas decisões. Nosso grupo é enxuto e há atletas que foram ao limite. Agora, temos que ter paciência para reciclar a equipe?, ponderou Bonamigo. ?Tenho certeza que esse time, ajustado, vai atingir o objetivo.?
A negativa de Bonamigo ao Náutico não é um fato corriqueiro na vida do Paraná. Nos últimos anos, diante de sua política salarial, o Tricolor não conseguiu manter muitos treinadores (Zetti – que foi para o Atlético Mineiro – e Pintado – para os Emirados Árabes -, no ano passado, foram os casos mais recentes).
Desta vez, o assunto nem foi levado à diretoria, já que Bonamigo preferiu honrar seu contrato e seguir no comando do Paraná até o fim da temporada. ?A meta é fechar o trabalho no final de novembro. Com o Paraná na primeira divisão?, encerrou Bona.