Bonamigo mantém o Coritiba no ataque amanhã

O negócio é ousar. O técnico Paulo Bonamigo gostou do que viu na partida de quarta e repetirá a estratégia ofensiva amanhã (16h), contra o Figueirense, em Florianópolis. Para isso, o treinador precisa ajustar o time, que voltaria a usar o sistema 3-5-2 ?alternativo?, com o retorno de Ceará ao time titular. Tudo para que a linha de frente do Coritiba seja mantida por completo.

Para enfrentar o Cruzeiro, Bonamigo decidiu inverter a possível ordem lógica. “Estavam esperando um Coritiba retrancado, e aconteceu exatamente o contrário. Eu sabia que, se ficasse fechado, eles viriam para cima e marcariam um gol. Aí nós teríamos que partir para o ataque e tomaríamos mais três gols de contra-ataque”, explica o treinador. “Era mais interessante partir para cima, jogar espetando, que nós conseguiríamos ter melhor sorte”, completa.

Deu certo em Belo Horizonte, e por isso a repetição no Orlando Scarpelli. “E para que mudar?”, pensa o técnico. “Não quero perder a qualidade do time na frente, com o Lima, o Marcel e o Edu, a vinda do Jackson e a chegada de trás do Adriano e do Tcheco”, comenta Bonamigo. “A equipe está forte dessa maneira, e não posso perder a oportunidade de montar uma equipe ofensiva”, confessa.

E para fazer isso, só há uma forma de alterar a equipe: no lugar do suspenso Odvan, entra Ceará, recuperado de lesão no tornozelo. “É a única alteração que eu posso fazer”, admite. A outra opção seria a entrada de Juninho, mas Bonamigo não pretende sacar um jogador de frente (no caso Lima) para rearrumar o sistema defensivo.

Assim, o Coritiba para enfrentar o Figueirense reúne características do time que enfrentou o Cruzeiro – ousadia para atacar mesmo jogando fora de casa -, mas é em essência o time que goleou o Flamengo há três rodadas. Foi naquele jogo que Bonamigo optou pela presença de Ceará como zagueiro pela direita, formando uma linha com Odvan (no jogo de amanhã, Danilo) e Reginaldo Nascimento. “A gente está se acostumando com essa forma de jogar. Não é tão difícil porque jogamos assim algumas vezes”, relembra o capitão alviverde.

E o jogador que talvez tivesse o mais profundo reposicionamento também não reclama. Tcheco já vinha pedindo para jogar mais atrás, e foi assim que conseguiu ser o melhor em campo contra o Cruzeiro. Confirmada a mudança tática, ele segue sendo o segundo volante, com responsabilidade na marcação. “O Bonamigo dá liberdade para a gente. Quando sentimos que esse esquema nos dificultaria, pedimos para ele não mudar. Mas agora é um outro momento, o time sentiu que pode jogar assim”, reconhece o meio-campista.

Poupado

O lateral Adriano não participou do coletivo de ontem em Florianópolis. Com dores no músculo adutor da coxa esquerda (que o fizeram sair antes do final do jogo contra o Cruzeiro), o jogador foi substituído por Lira, mas -segundo o departamento médico alviverde – não preocupa para o jogo de amanhã.

Ceará quer seu “lugar ao sol” na equipe titular

Não é fácil ficar ?preso? ao departamento médico enquanto o time joga, e joga bem. Para o lateral Ceará, uma das novidades do Coritiba na partida de amanhã contra o Figueirense, é pior ainda. Ele já enfrentou duas lesões complicadas na temporada, e tenta a partir de agora encarar o campeonato brasileiro até o final. Sem mais contusões, é claro.

A primeira foi a mais grave, e que o tirou por mais de três meses de brasileiro. Foi uma lesão no púbis, que necessariamente precisa de um tempo maior para recuperação – ou isso, ou o risco de uma cirurgia, que pode liberá-lo rapidamente ou deixá-lo muito mais tempo de fora. Ceará, muito a contragosto, esperou para enfim ser liberado, no final do primeiro turno.

No retorno, ficou claro que o lateral-direito precisava de ritmo, de seqüência. Por isso Ceará demorou a ?se soltar?, e quando conseguiu fez até o gol mais rápido da competição – e segundo mais rápido da história dos campeonatos brasileiros – contra o Criciúma. Naquele jogo, ainda, começou o segundo calvário do jogador. “Eu recebi uma pancada e acabei torcendo o tornozelo”, conta.

Mesmo com dores, Ceará seguiu treinando – e isso é normal. Ele é um dos atletas com melhor rendimento físico do elenco, e não aceita ficar sequer fora de prosaicos treinos físicos. “Comigo não tem disso”, brinca. Protegendo o local, o jogador seguiu jogando, mas logo depois da partida contra o Flamengo (quando jogou como zagueiro), as dores no tornozelo direito voltaram.

E não queriam sair facilmente. “É uma situação mais complicada, porque foi uma lesão em cima de outra”, explica o médico Lúcio Ernlund.

Figueira esconde a escalação

Para o técnico do Figueirense, Luiz Carlos Ferreira, o jogo de amanhã é considerado um confronto de risco. “O Coritiba é um time muito bem preparado taticamente e estamos tomando todas as medidas para que não aconteçam surpresas”, reconhece o treinador do Figueirense.

A partida não será fácil para o time da casa, mas sua equipe corre atrás da terceira vitória seguida, quando poderá alcançar os 40 pontos no campeonato e se consolidar entre os melhores da competição.

Luiz Carlos tenta fazer mistério sobre a escalação para o confronto de amanhã, no Orlando Scarpelli. Ontem, o treinador chegou a sugerir eventuais surpresas a ser apresentadas apenas momentos antes do jogo.

O principal desfalque será o volante Pedro. Seu substituto (Simplício ou Jeovânio) será anunciado apenas no vestiário, momentos antes de o time entrar em campo, assim como os titulares para o setor de ataque.

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