Paulo Bonamigo deu a entender que
não fica mais no comando técnico coxa.

Pela primeira vez, o técnico Paulo Bonamigo admitiu que seu ciclo no comando do Coritiba pode estar chegando ao fim. Em tom de despedida, o treinador disse ao Paraná-Online, ontem, na reapresentação do elenco no CT da Graciosa, que seu objetivo no Coxa é conquistar a vaga na Copa Libertadores da América, que virá caso o time vença o Criciúma, sábado, no Couto Pereira. Ele não quis falar sobre o futuro, mas confessou que pretende terminar o ano com o “dever cumprido”.

Bonamigo comanda o time desde abril do ano passado, e conseguiu o que muitos treinadores tentavam desde 99: um título paranaense, a revelação de jovens jogadores e a retomada da auto-estima, que estava há muito tempo perdida. Tudo isso em um processo de rigidez financeira. “Se você avaliar, o clube reduziu sua folha de pagamento sucessivamente, e a equipe conseguiu conquistar títulos e fazer boas campanhas. É um retorno extraordinário”, comentou o treinador.

Além disso, sob seu comando o Coritiba tem o melhor rendimento do futebol paranaense desde o segundo semestre de 2002 – no Brasileiro do ano passado, fez a melhor campanha, conquistou o título paranaense deste ano de forma invicta e agora luta para ficar entre os cinco melhores do campeonato nacional. “Isso é fruto de um trabalho dos atletas, da comissão técnica e da diretoria. Não é apenas de uma pessoa”, disse Bonamigo.

Mas tudo tem um ponto final. “Toda história tem começo, meio e fim”, resume o técnico. Não que ele quisesse falar sobre isso – durante a coletiva de ontem, Bonamigo acabou se descuidando e deu à conversa um jeito de ?adeus?. “O trabalho deste ano foi muito bem feito, e eu quero terminar esse trabalho com a classificação para a Libertadores. Aí posso dizer que estou com o meu dever cumprido”, confessou.

Só que o dever ainda não está cumprido, e Bonamigo sabe disso. “Ainda temos a última rodada, o jogo será difícil e precisamos manter o comportamento dos últimos dias”, afirmou. Em resumo, o que o técnico quer é ver um time com seriedade durante a semana e contra o Criciúma. “Vamos nos concentrar ainda mais, e espero que possamos repetir a atuação contra o Fortaleza, quando voltamos a jogar no nosso limite máximo.”

Para isso, é importante evitar que a euforia tome conta do elenco. “Vamos manter a corda bem firme. O objetivo está próximo, mas para isso é necessário o comprometimento de todos”, explicou Bonamigo, que não quis comentar as críticas que vem recebendo. “Elas são normais, por mais imerecidas que elas sejam. A crítica faz parte do contexto do futebol”, disse o treinador, que prefere pensar no dever que ainda tem que cumprir.

Coritiba reelege hoje Giovani Gionédis

Ao contrário do que aconteceu muitas vezes, o Coritiba realiza hoje eleições sem sobressaltos ou bate-chapas. Giovani Gionédis será reconduzido ao cargo de presidente, tendo Domingos Moro como escudeiro e Evangelino da Costa Neves como referencial. Como é de praxe em toda reeleição, a principal plataforma de Gionédis é a continuidade do trabalho realizado nos últimos dois anos.

A eleição (que tem início previsto para as 18h30) é a primeira após as mudanças no Código Civil, e a posterior adaptação do estatuto do clube às novas regras. Com isso, o Conselho Deliberativo deixa de existir, e fica subdivido nos Conselhos Administrativo e Consultivo. O primeiro é formado pelos 120 conselheiros eleitos em 2001, e o segundo pelos conselheiros natos e vitalícios.

Essa passa a ser a composição do colégio eleitoral, que elege o Conselho Fiscal, a mesa do Administrativo e a Diretoria Executiva – que é quem decide os destinos do Coritiba. Neste ano, foi feita uma quase inédita composição, reunindo o grupo que controla o clube nos últimos anos com a facção liderada pelo ex-presidente Evangelino da Costa Neves. “É o trabalho do presidente Giovani Gionédis que permite essa reunião de forças em prol do Coritiba”, diz o (por enquanto) secretário Domingos Moro, um dos artífices da chapa única.

Tal conciliação, segundo Gionédis, é o reflexo do trabalho feito nesta gestão. “Nós recuperamos o futebol do clube e o orgulho de ser coxa-branca”, diz o presidente. “Conquistamos um título invicto, estamos entre os melhores do Brasil e dependemos apenas de nossos esforços para conseguir uma vaga na Libertadores. Além disso, fomos campeões na categoria infantil e estamos na decisão do júnior com o Atlético”, enumera.

Para os próximos dois anos, a intenção é manter o bom nível no futebol enquanto recupera as finanças do clube. “Nós ainda temos problemas seriíssimos nas nossas contas, temos que pavimentar o clube para o futuro”, afirma Gionédis, que renova os planos de melhorar o futebol amador e revitalizar o Couto Pereira. “Nós não deixamos de pensar em fechar o terceiro anel do estádio”, garante.

Para ganhar “experiência”, Evangelino Neves foi incluído na chapa. “Antes de mais nada, é uma homenagem ao presidente. E depois queremos aproveitar a experiência dele no futebol para ajudar nos desafios que vêm pela frente”, diz Gionédis, que manterá Domingos Moro, agora como vice-presidente, no comando do futebol. A posse da nova direção será em janeiro.

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