O volante Willians pode
enfrentar o São Caetano.

Na hora em que já comemorava, o técnico Paulo Bonamigo ganhou mais um problema. Se Roberto Brum recuperou-se surpreendentemente, e deve enfrentar o São Caetano amanhã, às 20h30, no estádio Anacleto Campanella, o meia Tcheco voltou a sentir dores musculares na coxa direita e dificilmente joga – até porque o próprio jogador admite não reunir condições ideais de jogo. Com isso, Bonamigo terá que mexer mais do que queria na equipe.

Quando o treino começou, ontem à tarde, a história era inversa. Tcheco, calçando chuteiras, parecia recuperado; já Brum, de tênis, demonstrava preocupação. Mas o tempo passou e o “Senador”, depois de correr por quase uma hora, deixava satisfeito o campo, sem sentir dores na coxa esquerda. “Se depender de mim, vou para o jogo”, garante o volante. “Ele será submetido a um teste, mas a recuperação dele foi muito boa”, confessa o médico William Yousef.

Mais um pouco de tempo passou e Tcheco deixou o campo antes do final do treino. Preocupado, o meio-campista sabe que não está nas melhores condições. “Estou sentindo dores, e se continuar assim é melhor não jogar”, admite. Apesar da quase ?desistência? de Tcheco, William Yousef ainda quer reavaliar o jogador. “Ele está preocupado, mas acho que há possibilidade de ele jogar”, avalia o médico alviverde.

Sem saber se poderá contar com dois terços do seu meio-campo, Paulo Bonamigo treinou os substitutos – Willians (no lugar de Brum) e Pepo (no lugar de Tcheco). Ambos foram escolhidos porque são os que menos diferem dos titulares, o que facilita a assimilação do estilo de jogo alviverde. “A vantagem é que os jogadores já conhecem a forma de a equipe jogar, e com isso as alterações não são sentidas”, explica o treinador coxa, que mantém a aposta em seus “vinte e oito titulares”.

Duelo no ABC vale a liderança

A coincidência da tabela faz do jogo o mais importante do campeonato brasileiro até agora. Amanhã, Coritiba e São Caetano se enfrentam no Estádio Anacleto Campanella, e quem vencer assumirá a liderança da competição. Uma liderança real, tanto em número de pontos quanto em aproveitamento. E o empate é coxa, porque com um ponto o Cori empata com o Corinthians, com 27 pontos, mas leva vantagem nos critérios de desempate.

Mesmo sem jogar, o Coritiba manteve-se entre os melhores da competição. A combinação de resultados – vitórias de Paysandu e Cruzeiro contra Atlético-MG e Juventude – fez com que apenas o Corinthians passasse o Cori, que permaneceu na segunda posição. Mas, no aproveitamento, a vantagem é alviverde, que tem 67% dos pontos conquistados, e é seguido justamente pelo São Caetano, que tem 64%.

Por isso o jogo é encarado com muita responsabilidade no Alto da Glória. “Nós percebemos essa situação e vamos jogar para vencer. Não há aquela obsessão pela primeira posição, mas se vier, melhor”, afirma o técnico Paulo Bonamigo, que sabe da força do Azulão. “É um adversário de qualidade, que vem provando isso dentro do campeonato, e precisamos ter atenção total”, adverte.

E a vontade de vencer é confirmada pelos jogadores. “Nosso interesse é ir lá e buscar a vitória. Claro que o empate é um bom resultado, mas vamos enfrentar o São Caetano pensando em vencer”, diz o zagueiro Pícoli. Para Bonamigo, o empate só pode ser comemorado depois do jogo. “Nunca vamos entrar em campo pensando no empate. Se ele acontecer, é uma outra história”, garante.

A análise do São Caetano foi aprimorada no sábado, quando o time paulista enfrentou – e venceu – o Atlético em pleno Joaquim Américo. “Eles são organizados, muito bem trabalhados taticamente e é por causa disso que fazem boas campanhas nos últimos campeonatos”, elogiou Bonamigo, que foi campeão mundial interclubes pelo Grêmio em 1983 ao lado do então ponta-esquerda Mário Sérgio, hoje técnico do Azulão.

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