Fernando; Maurinho, Danilo, Edinho Baiano e Adriano; Reginaldo Nascimento, Willians, Tcheco e Jackson; Lima e Marco Brito. Salvo grande mudança, é esse o Coritiba que entra em campo amanhã, às 16h, no primeiro clássico alviverde no campeonato brasileiro. Calcado na coerência, o técnico Paulo Bonamigo não muda a estrutura tática coxa para enfrentar o Paraná Clube. Mas ele está preparando surpresas para o Tricolor.
Apesar de dizer que só define o time momentos antes da partida, Bonamigo não tem muitas dúvidas na cabeça. As principais foram dissipadas no coletivo de quarta-feira, realizado no Couto Pereira: ali ele decidiu que Willians será o ?volante?, enquanto Reginaldo Nascimento volta a ocupar a função de terceiro zagueiro.
Esse posicionamento denota a forma de marcação que o técnico alviverde pretende impor no jogo. Com Nascimento na defesa, Bonamigo libera Willians para realizar um acompanhamento individual -o treinador não confirma, mas o ?alvo? deve ser Marquinhos.
Com o time definido, Bonamigo aproveitou as últimas sessões de treinos para criar situações táticas. “Pode ter certeza que teremos surpresas em campo”, diz o técnico alviverde, enigmático. Todas as tais ?surpresas? devem partir de um pressuposto simples: a posse de bola. A intenção é, claro, assumir o controle da partida – mantendo a posse de bola, o ritmo do jogo pode ser administrado pelo Coxa. E esse fator pode ser fundamental no clássico.
“Reestréia” de Edinho deixa elenco tranqüilo
Já faz um certo tempo. Amanhã, Edinho Baiano volta a jogar no Couto Pereira, mais de dois meses após a contusão na clavícula que o tirou da reta final do campeonato paranaense e dos primeiros cinco jogos do Cori no Brasileiro. O triunfal retorno do zagueiro contra o Atlético-MG (em Belo Horizonte) só confirmou um pensamento comum no Alto da Glória: mesmo com 35 anos, Edinho é indispensável no time coxa.
E não é só dentro de campo. “Ele é muito importante para nós”, confessa Reginaldo Nascimento, que ?ocupou? o posto de capitão na ausência de Edinho. “É uma referência que nós temos. Ele sabe nos motivar quando necessário, e nos apoiar quando preciso”, comenta o volante, que agora joga ao lado de Edinho na defesa alviverde. Atitudes como a de participar da concentração antes da final do Paranaense, mesmo sem poder jogar, confirmam e reafirmam a ascendência do zagueiro no elenco coxa.
Apesar disso, Edinho prefere manter-se ?na dele?. “Eu acho que minha importância é a mesma de qualquer outro jogador do nosso grupo”, afirma o capitão, que no entanto sabe que é um exemplo para os jovens. “Hoje eu sou um cara mais consciente do que eu era há uns quatro anos atrás, e isso eu posso passar para a garotada. Eu já fui jovem, e sei das dificuldades que eles passam”, confessa o zagueiro.
E o comando se impõe ainda mais dentro de campo. O ex-capitão reconhece que andava sem moral com os comandados. “Eu gritava e ninguém me obedecia”, brinca Nascimento. “Com o Edinho, eles ouvem e atendem. É mais um ponto que valoriza a presença dele no Coritiba”, diz o jogador, que completa com uma confidência. “É bom que atendam ele quando ele fala, porque se deixarem ele nervoso é complicado. Quando o Edinho grita, pode saber que ele está muito bravo”.
E o que tiraria Edinho da tibetana calma que ele transborda? “Olha, quando eu peço para que o jogador se posicione direito e ele não faz, eu fico muito nervoso. Aí eu grito mesmo”, admite. Mas ele garante que volta ao estado normal rapidamente. “Sou um cara calminho. E a gente faz isso para ajudar o Coritiba”, resume o jogador.
Adeus
E quem ainda não viu Edinho em campo, pode apressar o passo. Em conversas mais reservadas, o zagueiro coxa admite que este é o seu último ano como jogador profissional. Ele começou a jogar em 1987, no Vitória, e entre as conquistas estão o título brasileiro de 93, pelo Palmeiras, e os seis campeonatos estaduais – 94, 95, 96, 97 (Paraná), 98 (Atlético) e 2003 (Coritiba).