O Bom Senso FC bateu forte nesta quinta-feira no calendário de 2015 para o futebol brasileiro. Em um manifesto divulgado no final desta tarde, em que enfoca oito pontos, o movimento dos jogadores diz que o Brasil levou nova goleada de 7 a 1, em alusão ao massacre sofrido pela seleção brasileira na Copa do Mundo no jogo diante da Alemanha. O documento diz que até mesmo um aspecto que parece positivo, a adoção de 25 dias de pré-temporada, foi uma medida tomada pensando mais em evitar prejuízos para a televisão do que em benefício dos atletas.

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Para o Bom Senso, o calendário anunciado na quarta-feira pela CBF não foi reestruturado e sim espremido. Apesar de o início dos campeonatos estaduais ser em fevereiro (dia 1.º), a quantidade de datas destinadas a jogos é praticamente a mesma desta temporada.

Os atletas reclamam que nenhuma competição teve o formato alterado profundamente e que há clubes que poderão jogar até 84 partidas em 2015 (43% mais do que qualquer clube alemão, compara o Bom Senso) e que, na outra ponta, os pequenos continuarão jogando menos de 20 partidas oficiais.

Após estudar as medidas propostas pela CBF, o Bom Senso concluiu que a adoção do limite de 65 jogos por atletas no ano não passa do tradicional “me engana que eu gosto”. Lembra que são raros os jogadores que participam de 65 partidas numa temporada. “Eles não chegam a esse número por uma limitação física, tal o desgaste a que estão submetidos. Essa é uma medida populista da CBF, para aparentar estar fazendo alguma coisa”, disse à reportagem o diretor executivo do Bom Senso, Ricardo Martins.

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O movimento também critica a falta de discussão sobre o horário dos jogos, as seguidas rodadas de meio de semana e entende que a divulgação de que não haverá jogos do Campeonato Brasileiro em dias em que a seleção estará em campo, é uma tentativa de jogar uma nuvem de fumaça na realidade.

“Nas datas Fifa não há jogos de clube, mas os há na véspera dessas datas”, pontua o Bom Senso em seu comunicado. “Então, basta torcemos para que nossos clubes não tenham jogadores de alto nível para não serem convocados, certo? Ou, em caso de tê-los, vemos o nosso campeonato enfraquecido sem a presença dos principais atletas em datas importantes.”

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A pré-temporada de 25 dias é, para o Bom Senso, uma decisão tomada pelos cartolas “pensando no próprio umbigo, uma vez que a audiência do futebol no mês de janeiro tem caído vertiginosamente” e não uma medida modernizadora, como os cartolas querem fazer parecer. “O fato é que os atletas continuam não sendo ouvidos na hora em que a CBF toma decisões que os envolvem”, criticou Ricardo Martins. “Eles nos ouviram algumas vezes, mas agora tudo esfriou.”