Há quase um ano, exatamente no dia 24 de setembro, o Bom Senso F.C. foi criado. Uma tentativa dos jogadores profissionais para tentar melhor o calendário e a qualidade do futebol brasileiro. E tudo começou aqui em Curitiba, mais precisamente no Couto Pereira. No dia 1 de setembro de 2013, Coritiba e Internacional se enfrentaram pela 17ª rodada do Campeonato Brasileiro e, logo após a partida, o meia Alex, do Coxa, e o zagueiro Juan, do Colorado, conversaram a respeito dos problemas encontrados com acúmulo de jogos. Foi o pontapé inicial.
Rapidamente, os dois jogadores passaram a entrar em contato com demais companheiros de todos os clubes das séries A e B do Brasileirão até chegar à criação do Bom Senso. Cinco questões viraram o foco principal do movimento: calendário do futebol nacional, férias dos atletas, período adequado para pré-temporada, fair play financeiro e participação nos conselhos técnicos das entidades que regem o futebol.
Na sequência, várias reuniões entre os atletas aconteceram e o primeiro resultado foi a mudança no calendário de alguns estaduais. Por conta da Copa do Mundo, o período de pré-temporada dos times brasileiros foi diminuído, uma vez que os estaduais teriam que começar mais cedo. No entanto, os campeonatos carioca, mineiro e gaúcho adiaram em uma semana o início da competição. Só que era pouco.
Devido ao pouco tempo para mais ajustes, os jogadores aceitaram o complexo calendário de 2014, desde que em 2015 tudo fosse melhorado. Além disso, pediam uma reunião com a CBF para melhorar a distribuição de partidas, inclusive visando dar mais calendário para equipes menores. Nada aconteceu e aí vieram as manifestações.
O primeiro aviso veio na 30ª rodada do Brasileiro, no dia 19 de outubro, quando nas dez partidas os jogadores deram um abraço coletivo antes de a bola rolar. Logo depois, na 34ª rodada, aconteceu o protesto que fez o Bom Senso ganhar a atenção de vez. No dia 13 de novembro, os jogadores de todos os times ficaram parados de braços cruzados por trinta segundos assim que o árbitro deu o apito inicial, para somente depois começarem a jogar. A única exceção aconteceu no duelo entre São Paulo e Flamengo – o árbitro Alício Pena Júnior ameaçou distribuir cartões amarelos aos jogadores caso ficassem de braços cruzados. A solução encontrada pelos atletas foi de ficar tocando a bola de um lado para o outro durante trinta segundos.