Bolt comenta casos de doping e volta a se dizer ‘limpo’

Usain Bolt quebrou o silêncio para falar pela primeira vez, nesta quinta-feira, sobre os recentes casos de doping que mancharam o atletismo. O jamaicano, homem mais rápido do mundo, que desde sempre convive com dúvidas sobre até que ponto o seu desempenho fora do normal é mesmo fruto apenas de treino e genética, voltou a dizer que não se dopa.

“Se me vocês (jornalistas) me seguem desde 2002, então sabem que eu fiz coisas extraordinárias desde que tinha 15 (anos). Foi a pessoa mais jovem a ganhar o Mundial Juvenil, aos 15. Marquei o recorde mundial juvenil (dos 200m) aos 18. Quebrei todos os recordes que poderiam ser batidos, em todos os níveis. Mostrei a todos, durante todos esses anos, que sempre iria ser um grande”, disse Bolt, em entrevista coletiva nas vésperas da etapa de Londres da Diamond League.

O jamaicano, porém, não quis se aprofundar ao comentar os casos de doping dos seus colegas de equipe jamaicana Asafa Powell e Sherone Simpson e também do norte-americano Tyson Gay, que neste ano lidera o ranking mundial dos 100m, à frente até o próprio Bolt. “Sem dúvida é um pequeno retrocesso (para o atletismo), mas, como pessoa, não posso me concentrar nisso”, comentou.

Recentemente veio à tona que Powell e Simpson testaram positivo para o estimulante

oxilofrona no Campeonato Jamaicano, em junho. Outros atletas do país, inclusive um lançador de disco, também foram pegos no doping. “Definitivamente é surpreendente o que está acontecendo. Creio que faltam muitos detalhes do que está acontecendo. Assim, estou esperando os resultados e ver o que acontece, porque tem muitas coisas que não foram ditas”, alegou o homem mais rápido do mundo.

Bolt indicou que falou brevemente por mensagem de texto com Powell depois do anúncio do doping. “Não queria bombardeá-lo com perguntas. Lamento o que está acontecendo. Apenas o disse que seja forte e mantenha a concentração, que tomara tudo se resolva.”

O bicampeão olímpico, até aqui, em 2013, é apenas o sexto do ranking mundial dos 100m, com o tempo de 9s94 que fez no Campeonato Jamaicano. Gay lidera com 9s75, seguido dos jamaicanos Nesta Carter (9s87) e Powell (9s88). “Todos estão melhorando, então tenho que me concentrar nisso antes do Mundial. Só penso em trabalhar duro, correr rápido, e oxalá eu possa ajudar as pessoas a esquecer o que aconteceu e virarem a página.”

O jamaicano sabe que, pela sua fama e por tudo que representa no esporte, tem que ser um exemplo. “Fui criado para inspirar as pessoas e para correr. Tenho esse talento e é isso que faço. Confio em mim e na minha equipe. Nas pessoas com quem trabalhei. E sei que estou limpo”, comentou ele, em referência à possibilidade de seus adversários terem caído no doping não por falhas próprias, mas de terceiros.

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