O presidente Jair Bolsonaro declarou nesta segunda-feira (27) esperar que o Ministério da Saúde produza um parecer com a recomendação que permita a volta gradual de treinos e jogos de futebol, inicialmente com portões fechados.
“Fui procurado por algumas autoridades do futebol, está sendo trabalhado neste sentido (de liberação gradual) Conversei com um técnico de futebol neste final de semana, lá no Rio Grande do Sul, que foi favorável primeiramente a não ter (jogos), porque a contaminação acontece no vestiário, e agora é favorável (ao retorno)”, disse o presidente, sem revelar o nome do técnico. “É só você não deixar tanta gente no vestiário”, argumentou.
“Flamengo e Palmeiras têm folha próxima de R$ 15 milhões. Times de segunda divisão, uma parte vai ser extinta. Pelo que me consta, já estão fazendo acordos para jogador ganhar 60%, 50%, 40% do que ganham. Não tem receita, bilheteria, não tem televisão”, afirmou.
O assunto está sendo discutido com o secretário especial do Esporte, Marcelo Magalhães, segundo o presidente, e poderá avançar em breve.
Em entrevista à imprensa, também nesta segunda, o secretário especial de Produtividade e Emprego, Carlos da Costa, disse que a equipe econômica iniciou tratativas com os clubes.
Segundo ele, a ideia é que, inicialmente, os jogos ocorram sem a presença de público e com a adoção de protocolos de segurança para atletas, árbitros e jornalistas.
“Nós já estamos pensando e conversando com os clubes de futebol em retomar as atividades. Essa retomada, obviamente, com portões fechados, porque a nossa preocupação principal é com a saúde”, disse. “A CBF está em contato com clubes e em contato conosco”, acrescentou.
O secretário disse que ainda não foi estipulada uma data para a retomada das partidas. “Ainda não existe uma data especifica, mas acho que o futebol é relativamente mais simples. Tem que ser planejado e preservando a saúde, sempre em primeiro lugar, com protocolos adequados”, afirmou.
De acordo com ele, o que está em avaliação neste momento é o “timing” certo para a retomada, de modo a não colocar em risco os atletas e demais envolvidos.
“A ideia não é fazer um grande evento esportivo, porque os portões estarão fechados. É um evento relativamente com poucas pessoas. Não será aberto para a população, apenas atletas e relacionados”, afirmou.
Segundo assessores palacianos, o presidente Jair Bolsonaro tem defendido que as partidas já voltem a ocorrer a partir de maio, mas tem havido resistência por parte de dirigentes dos clubes.
A defesa é para que se espere pelo menos o pico dos casos da doença, cuja previsão é de que ocorra justamente no mês que vem.
Para sobreviver ao período da pandemia, a CNC (Comissão Nacional dos Clubes) quer que as parcelas do Profut sejam congeladas por 12 meses e que as novas dívidas contraídas com a máquina pública também sejam incluídas no parcelamento.
A justificativa da entidade, que reúne equipes das quatro divisões nacionais do futebol brasileiro, é que isso amenizaria os impactos financeiros que as agremiações terão com a paralisação do esporte na pandemia.
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