A gestão Rubens Bohlen está prestes a completar sete meses à frente do Paraná Clube. Neste período, além de quitar débitos e driblar a falta de receitas, a diretoria busca resgatar a credibilidade do Tricolor. No futebol, ao apostar as fichas em Ricardinho, conseguiu agregar valores e o resultado imediato foi a volta à elite paranaense em pouco mais de dois meses de competição. Ao Paraná Online, o presidente paranista falou sobre esta primeira conquista de sua administração e também sobre a sequência do trabalho.

continua após a publicidade

O Paraná vivenciou uma nova experiência, relegado à Segundona Paranaense. Como foi iniciar uma gestão carregando esse fardo?

Foi realmente um fardo. O Paraná caiu, mas voltou pelos próprios méritos. Pelo empenho de todos, diretoria, comissão técnica, equipe de jogadores e também com o apoio da nossa torcida. Voltamos sem virada de mesa e sem o apoio de ninguém. Obedecemos a regra do jogo, disputamos a Segundona com dignidade, respeitando os adversários, e por mérito estamos de volta à Primeira Divisão, que sempre foi e será o lugar do Paraná Clube.

A campanha foi expressiva e sem dificuldades. Mas, nos bastidores, houve dificuldade na disputa dessa competição?

continua após a publicidade

Esperávamos até mais dificuldades. Por isso, nos preparamos. Formando um grupo capaz de disputar as três competições, sem distinção de equipe “a” ou “b”. Demos condições para que o Ricardinho, jogo a jogo, pudesse escalar a melhor formação. Para isso, tivemos que deslocar todo o grupo e o pessoal de apoio até o interior por duas semanas. Acho que esse foi o momento mais delicado, pois envolvia muita coisa e um custo elevado.

A média de público foi ruim. É reflexo da indignação do torcedor com a queda no Paranaense?

continua após a publicidade

Sem dúvida. Os nossos torcedores estavam magoados e não tiro a razão deles. Um clube como o Paraná não poderia passar por uma situação vexatória como essa e é normal que eles estejam mais focados no Brasileiro. Mas tenho que aplaudir aqueles que acompanharam o time e deram a sua contribuição. Não critico, pois sempre digo que a nossa torcida se diferencia pela qualidade e não pela quantidade.

Já dá para mensurar o prejuízo nessa disputa da Segundona Paranaense?

Ainda não. Já pedi ao nosso financeiro para fazer um levantamento detalhado em relação a esse período. Mas é certo que as despesas foram muito superiores às receitas. Acho que a maior dificuldade que encontramos foi a falta de sensibilidade de quem dirige o nosso futebol. Acho que fica uma lição: cabe à Federação Paranaense de Futebol rever o calendário dessa Segunda Divisão. É uma dúvida que tenho. Como vamos permitir o surgimento de novos atletas no interior? O que se vê, nesse calendário, é o aproveitamento dos mesmos atletas jogando a Primeira e depois a Segunda Divisão. É para beneficiar um grupo de empresários? Não tenho a resposta para essa questão.

Qual foi o aspecto positivo dessa passagem pela Segunda Divisão?

O lado positivo é que tivemos tempo para nos organizar. As contratações foram feitas de acordo com as necessidades do clube, sem sair afoitamente ao mercado. Além disso, conseguimos aproveitar garotos da base, o que não vinha acontecendo nos últimos anos. Destaco ainda a união de nossa diretoria, onde todos abraçaram a causa e superamos aquele momento de três meses sem futebol.

O acesso era visto como obrigação. Há que se comemorar esse título?

Não. Nós da diretoria não temos o que comemorar. Este é um marco divisório. Vou colocar esse troféu da Segundona Paranaense em um lugar de destaque para que todos, ao olharem pra ele, saibam que ali está um divisor de &aac,ute;guas. Foi um vexame, mas aconteceu. Mas que os futuros dirigentes, ao olharem para esse troféu, possam dizer: nós não queremos reconquistá-lo.