Yokohama – O Milan gasta mais de US$ 40 milhões por ano para manter seu elenco de estrelas. O Boca Juniors tem US$ 3 milhões de despesas para sustentar seu grupo de aplicados jogadores. Mas a enorme diferença de poder econômico não foi suficiente para dar aos europeus a hegemonia do futebol. No duelo de dois grandes campeões, prevaleceram a disciplina tática, o sangue-frio e a pontaria dos sul-americanos. Os argentinos venceram ontem pela terceira vez o título do Mundial Interclubes, ao fazer 3 a 1 nos pênaltis, depois de empate por 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação.
A definição do 42.º tira-teimas entre os vencedores da Liga dos Campeões da Europa e da Copa Libertadores da América não chegou a empolgar os 67 mil torcedores que foram ao estádio de Yokohama, onde o Brasil conquistou o pentacampeonato em 2002. Milan e Boca Juniors fizeram um jogo em que sobrou marcação e faltou atrevimento. Por isso, foram raros os momentos de emoção e apenas dois os gols e ambos no primeiro tempo.
O Milan saiu na frente, aos 23 minutos, com o gol do dinamarquês Tomasson, que havia começado como titular, no lugar de Inzaghi. O Boca respondeu 3 minutos mais tarde, com Donnet, que aproveitou bem jogada de contra-ataque e tocou para empatar.
Os italianos poderiam ter passado à frente, se o chute forte de Kaká não tivesse batido no travessão. O jovem meia-atacante brasileiro saiu na metade do segundo tempo, para a entrada do português Rui Costa. Cafu e Dida ficaram até o final no Milan, assim como Iarley, o brasileiro campeão pelo Boca.
Com a igualdade, os dois times seguiram à risca a cartilha de seus treinadores Carlo Ancelotti e Carlos Bianchi e preferiram não se expor. A cautela fez com que, na maior parte do segundo tempo e da prorrogação, o combate se limitasse do meio-campo para as intermediárias. Ainda assim, o Boca teve uma chance com Guillermo Schelotto e o Milan poderia definir em arremate de Shevchenko, mas Abbondanzieri defendeu.
O goleiro argentino foi decisivo nos pênaltis, ao pegar as cobranças de Pirlo (a primeira) e de Costacurta (a quarta). Seedorf desperdiçou a terceira ao chutar por cima. Só Rui Costa acertou para o Milan. Dida defendeu o chute de Battaglia (o segundo), mas não pegou os de Schiavi, Donnet e Cascini.
