São Paulo – Ambiente bem confuso no Corinthians. A diretoria do Boca Juniors cobrou publicamente a MSI e prometeu não liberar Tevez para que atue no Brasil. E há boatos de que o ex-treinador da seleção argentina, Daniel Passarella, poderia trabalhar como consultor corintiano. Enquanto isso, o clube perde o volante Fabinho, que foi para o Japão. O empresário Gilmar Veloz conversou com o gerente Paulo Angioni e é possível que seja anunciada hoje a assinatura oficial do novo contrato de Tite.
O vice do Boca, Pedro Pompillo, garantiu não haver recebido nada da MSI e que se não receber o dinheiro prometido até o próximo dia 10, o clube não liberará a documentação para que Tevez seja inscrito na CBF. "Já foi paga a primeira parcela do jogador (US$ 2 milhões). O prazo de liberação de Tevez é dia 10 de janeiro. Isso é contratual. Não há problema algum", minimiza em São Paulo, o presidente do fundo de investimento MSI, Kia Joorabchian.
Tevez continua irritadíssimo na Argentina. Sua parte na vultosa transação de US$ 19,5 milhões, US$ 2,7 milhões, continua retida pela Justiça. Seu antigo empresário, Roberto Tessone, exige US$ 1 milhão da negociação. O jogador está tão tenso que tem evitado comentar o assunto. "Eu não sei de dinheiro retido nenhum do Tevez. Isso é novidade", disfarça Kia Joorabchian.
A compensação do atacante poderá vir na escolha de melhor jogador da América do Sul, em pesquisa feita pelo jornal uruguaio El Pais. Seu maior rival é Robinho, do Santos, jogador que também "encanta" Kia.
Em relação a Passarella, quem acabou por contribuir para os boatos foi o gerente de futebol Paulo Angioni. "Não posso afirmar com certeza que Passarella não será contratado." Passarella viria para trabalhar como consultor da parceria. Sua representatividade traria respeito internacional. Seu nome é especulado para trabalhar como elo entre a Comissão Técnica e a parceria.
Tite
Gilmar Veloz, procurador de Tite, telefonou e pediu um bom aumento. Dos R$ 50 mil, o procurador ?sugeriu? R$ 120 mil. Ouviu R$ 80 mil. Haverá novo contato hoje. A tendência é Tite fechar por R$ 100 mil, como queria desde o início das negociações.
No caso do volante Fabinho, o fato é que partiu dele a iniciativa de sair do clube. Ele cansou de esperar pela proposta da MSI. Tinha certeza de que o fundo de investimento lhe daria um ótimo aumento para continuar no Parque. Só que a sonhada proposta não veio. Fabinho, então, resolveu aceitar a proposta da equipe japonesa do Cerezo Osaka. O volante era considerado pelo treinador Tite como um dos atletas principais do Corinthians para 2005. "A MSI que tenha boa sorte", ironizou o desgastado Fabinho.
Ponte
A transação de Fabinho ao Cerezo Osaka pode ser, na verdade, uma ponte para o São Paulo. Há muito tempo o jogador interessa à diretoria do clube do Morumbi. O primeiro a pedir sua contratação foi Oswaldo de Oliveira. Depois, Rojas, Cuca e agora Leão. Há uma verdadeira fixação por Fabinho no São Paulo.
Antes de viajar, o volante garantiu que gostaria de continuar no Corinthians. Mas os dirigentes não lhe deram ouvidos. Acreditaram que era blefe a proposta japonesa. "Eu avisei. Queria ficar. Foram três anos de Corinthians; me sentia bem demais no clube. Mas não houve jeito. Metade do meu passe era da Hicks Muse e outra metade do São Caetano. Todos queriam a transação. Não houve jeito. Estou saindo", disse. O lateral Zé Carlos, que também atuou pelo Corinthians, segue junto para o Cerezo.