Ricardo Raschini, Márcio Silva, Claudinei Quirino e Edson Bindilatti têm dois grandes desafios pela frente. Os brasileiros participam da prova de bobsled para quatro atletas dos Jogos Olímpicos de Turim-06, a partir das 13h30 (de Brasília) de hoje, quando serão realizadas duas das quatro descidas iniciais.
O primeiro desafio é superar as dificuldades da perigosa pista de Cesana Pariol, onde será realizada a prova. Nas competições de luge, skeleton e no bobsled feminino, vários atletas e equipes tombaram antes de completar a pista. O outro desafio, ainda mais difícil, é classificar o trenó brasileiro entre os 20 primeiros colocados até a terceira descida, amanhã.
Apenas as 20 equipes mais bem colocadas têm o direito de descer a quarta e última bateria, também no sábado. "Este é o nosso objetivo. Viemos até aqui para tentar participar de todas as baterias. É uma meta muito complicada, mas nós vamos lutar para alcançá-la", disse Ricardo Raschini, piloto da equipe brasileira.
Além do Brasil, a prova será disputada por mais 25 equipes de países com muito mais tradição em esportes de gelo.
A classificação para os Jogos Olímpicos de Turim já foi uma grande vitória. O Brasil garantiu a vaga na Copa Challenge, disputada na Alemanha, em janeiro, eliminando equipes de países com maior histórico no bobsled, como Austrália e Nova Zelândia.
"Os critérios de classificação ficaram mais difíceis, já que menos equipes estão disputando a competição. Somos o único país tropical nesta prova", explicou Eric Maleson, presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG).
A pista de Cesana Pariol tem 1.435m de extensão, com 19 curvas, 11 para a esquerda e oito para a direita. O trenó pode alcançar cerca de 135km/h.
"Ao longo dos treinamentos fui pegando os macetes da pista, que é realmente muito complicada. Agora posso dizer que estamos preparados", disse Raschini, que disputou os Jogos de Salt Lake no luge.