A diretoria do Paraná Clube intensifica contatos na tentativa de evitar um “desmanche” do time, 10.º colocado no Brasileirão. Uma missão complicada, diante da boa performance dos atletas, valorizados após a conquista da vaga na Copa Sul-Americana. O artilheiro Renaldo se apresenta ainda esta semana ao Anyang-LG, da Coréia do Sul, e Marquinhos e Caio estão a caminho do Morumbi. O técnico Cuca confirmou a indicação da dupla, visando a reformulação do elenco do São Paulo.
“É uma questão de fidelidade com os bons jogadores com quem trabalhei”, comentou Cuca. O treinador estará hoje em Curitiba e amanhã será apresentado oficialmente como o novo técnico do tricolor paulista. Por sua indicação, o São Paulo já levou o atacante Grafite e negocia as contratações do zagueiro Fabão e do meia Danilo, também do Goiás. “Quero um time competitivo, que marque forte e seja veloz”, disse o treinador. Marquinhos e Caio estão perfeitamente adaptados ao estilo do treinador, apesar da sua breve passagem por Vila Capanema.
Foram dez jogos e menos de três meses à frente do Paraná, mas Cuca teve participação direta na montagem do elenco. A relação entre o treinador e Marquinhos é mais antiga. O meia de 22 anos foi lançado por Cuca no Avaí. A sua transferência para o São Paulo deve ser facilitada pelo desejo do atleta. Marquinhos declarou, logo após a partida frente ao Vitória, que prefere ir para o São Paulo a voltar para o Bayer Leverkusen, clube alemão que detém seus direitos federativos. Já Caio encaixa-se perfeitamente na estratégia de jogo que Cuca pretende implantar também no São Paulo.
Caio, 23 anos, tem como principais características a velocidade e o drible preciso. Só precisará melhorar seu aproveitamento nas finalizações, pois neste Brasileirão só marcou 4 gols, ficando atrás da dupla de zagueiros Cristiano Ávalos e Ageu, que fizeram 5, cada. Caio tem vínculo com o Ituano, mas pertence ao empresário Oliveira Júnior. Caso as transações se confirmem, o Paraná já terá que repor três peças fundamentais na reformulação do time para 2004. O problema é que além de Renaldo, Caio e Marquinhos, muitos dos demais titulares também têm propostas de outros clubes brasileiros e do exterior.
“É o preço por uma boa campanha”, admite o vice de futebol José Domingos Borges Teixeira. “O Paraná foi uma boa vitrine. Tivemos a recompensa técnica, com a classificação, e os jogadores também se valorizaram”, disse. “Já conversamos com muitos deles e também com outros jogadores, interessados em defender o Paraná no ano que vem”, lembrou o diretor de futebol Durval Lara Ribeiro. Os dirigentes prometem um time competitivo, mas só podem anunciar o resultado destas negociações após a eleição de sexta-feira, quando será definido o novo presidente do Paraná.
Paraná vai no bom e barato
A política financeira do Paraná não será modificada. Pelo menos nos primeiros meses de 2004. Tendo apenas o campeonato paranaense pela frente, o clube não poderá sustentar grandes salários. Isso pode determinar uma composição para a contratação de novos reforços (que teriam vencimentos de acordo com a evolução do calendário) ou a vinda de “jogadores de peso” somente para a disputa do Brasileirão e da Copa Sul-Americana.
O Tricolor, porém, não quer repetir o fiasco do ano passado, quando quase foi rebaixado no campeonato paranaense. Por isso a manutenção da base atual é fundamental. A diretoria pretende também definir a permanência da comissão técnica comandada por Saulo de Freitas. “Vamos trabalhar dentro do nosso orçamento, mas com muito critério nas renovações dos contratos e na busca de reforços”, avisou o vice José Domingos.
O “bom e barato” deve prevalecer, mas com o compromisso de levar o Tricolor ao título estadual. O péssimo resultado no paranaense-2003 gerou toda a reformulação da estrutura do departamento de futebol e os maus resultados do início da temporada comprometeram o calendário para o ano que vem.
Distante das primeiras colocações no estadual, o Paraná ficou, mais uma vez, fora da Copa do Brasil. A volta por cima veio com o campeonato nacional. “Hoje, temos uma estrutura e, dependendo do resultado das urnas, vamos seguir em frente com este planejamento”, ponderou o diretor Durval Ribeiro.
Ele integra a chapa da situação (Família Tricolor), liderada por José Carlos de Miranda. A oposição (Voto Direto) tem como candidato José Alves Machado. A eleição será na próxima sexta-feira, das 8h às 20h, na sede social da Avenida Kennedy.
