O prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, e o governador do estado, Orlando Pessuti, foram até a sede do BNDES, no Rio de Janeiro, para acertar o empréstimo de R$ 100 milhões para as obras da Arena da Baixada. No entanto, o banco não aceitou as garantias financeiras apresentadas pelos dois políticos e o negócio acabou não saindo. Agora, clube e governantes terão que procurar outra saída para o impasse financeiro do estádio rubro-negro.
O presidente do Atlético, Marcos Malucelli, disse que não recebeu a informação da negativa oficial do BNDES, mas que há 20 dias o banco já tinha avisado informalmente que não aceitaria a proposta do Potencial Construtivo. Além disso, ele disse que o clube mantém a mesma postura de não se endividar para concluir a Baixada pelos encargos da Fifa.
“Eu não mudei absolutamente nada, continuo com a mesma posição. O Atlético vai arcar com o custo para terminar a Baixada sem os encargos da Fifa. Nós não vamos nos endividar para financiar obras de Copa do Mundo. A Copa é da cidade, do estado, não é do Atlético. Se o governo não viabilizar o financiamento dessas obras a Arena não sediará a Copa. Vamos terminar as obras para o Atlético, para os nossos jogos de sempre”, disse.
Malucelli disse ainda que o empréstimo do BNDES geraria um enorme trabalho para o Atlético, pois o banco não financia clubes de futebol, e o dinheiro teria que ir para uma construtora. “A própria construtora teria que dar os títulos do Potencial Construtivo, isso não passaria pelo Atlético. Não queremos esse potencial, não somos do mercado imobiliário, lidamos com futebol”, explicou.
Sobre o polêmico Potencial Construtivo, o dirigente explicou exatamente como é esta proposta. “O Potencial Construtivo são títulos que a prefeitura emite para as construtoras que desejem construir algo em algum terreno. Por exemplo, para construir um prédio de 15 andares em uma região que só permite 10 andares, é preciso comprar o Potencial Construtivo da prefeitura que serve como autorização da obra”.
No entanto, Malucelli diz que é uma saída que certamente endividaria o Atlético: “Isso é uma coisa muito teórica, na prática não é bem assim. É difícil vender esses títulos, tem pedágio e outras coisas envolvidas. Enquanto eu estiver na presidência não vou deixar o Atlético cair nessa, isso é um endividamento certo, é um ônus muito grande para o clube”.
Coritiba
Durante a semana, o presidente do Atlético cogitou a possibilidade do Furacão usar o estádio Couto Pereira durante as obras na Baixada, e disse que caso a diretoria alviverde não autorizasse, a CBF poderia obrigar o Coritiba a emprestar o estádio ao rival.
Hoje, Malucelli explicou o que quis dizer e falou sobre esta situação: “Eu não tive contato nenhum com o Coritiba porque ainda estamos indo atrás da solução do Atlético. Eu não estou pedindo nada ao Coritiba, eu fiz um comentário só. Dos estádios daqui, só nos resta ir atrás do Coritiba mesmo. No futuro, se a Arena for o estádio da Copa, vamos atrás do Coritiba. Se formos apenas concluir nosso estádio, não vamos precisar disso”.
