Os estádios da Copa do Mundo de 2014 pagarão no máximo 10% de juros ao ano por um financiamento junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). As taxas foram anunciadas ontem, mas ainda dependem de aprovação do Conselho Monetário Nacional (CMN).
O BNDES disponibilizará R$ 4,8 bilhões para os 12 estádios da Copa. Cada um poderá contar, no máximo, com R$ 400 milhões, ou 75% do custo previsto para as obras. As condições de pagamento foram reveladas pelo gerente do departamento de Desenvolvimento Urbano e Regional do banco, Rodolfo Torres.
Segundo Torres, as condições exigidas dos estádios serão semelhantes às oferecidas ao setor elétrico. “Estamos nos esforçando para manter algo semelhante ao que é feito para as empresas de energia. Todo projeto que é básico para o desenvolvimento tem uma política diferenciada”, afirma.
Em cada empréstimo, o BNDES cobra uma taxa de juros de longo prazo (TJLP) de 6% ao ano. Também exige remuneração que varia de 0% a 1,8% e uma taxa de risco de 0% a 3,57%, de acordo com as garantias apresentadas.
Estádios públicos e privados terão a mesma TJLP (6%). O banco pretende fixar a remuneração básica em 0,9%. A diferença estará na taxa de risco, que é de 1% para entidades públicas e pode chegar a 3,57% para os três estádios particulares indicados: Arena da Baixada, Beira-Rio e Morumbi.
Furacão atento
Em Curitiba, a notícia foi recebida com cautela pelo Atlético, proprietário da Arena. “Ainda aguardamos uma posição oficial. Temos que saber quais serão os termos, os prazos de pagamento e de carência. Isso está sendo normatizado agora”, diz o vice-presidente Ênio Fornea.
Segundo Fornea, o Atlético deve definir em outubro se usará o crédito do BNDES. “Teremos uma reunião sobre isso no Rio de Janeiro. Atlético, Inter e São Paulo, que são os proprietários dos estádios particulares, foram convidados. Até lá já deve haver uma definição oficial”, revela.
Além de estudar o financiamento público, Fornea diz que o clube continua em busca de investidores privados. “Estamos aguardando, atentos. Temos conversado com o BNDES e com possíveis parceiros. Mas só podemos revelar quando for oficializado”, ressalta.
As obras de conclusão da Arena estão orçadas em R$ 138 milhões. Se as condições divulgadas pelo BNDES forem confirmadas pelo CMN, o clube poderá financiar até 75% desse valor junto ao banco estatal, ou R$ 103,5 milhões.