O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Ecônomico e Social) definiu abrir uma linha de crédito de até R$ 400 milhões para cada um dos 12 estádios que vão receber jogos da Copa do Mundo de 2014. O total de dinheiro público disponível para essas arenas é de R$ 4,8 bilhões. Para que a medida seja oficializada, é preciso que o Conselho Monetário Nacional (CMN) edite uma resolução autorizando o endividamento de Estados e municípios.

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Uma outra linha de crédito, no valor de até R$ 5 bilhões, está sendo proposta pelo BNDES para financiamento de projetos de mobilidade urbana (metrô, corredor de ônibus), hospedagem, etc; tudo isso voltado para a Copa de 2014.

O valor de R$ 400 milhões por arena foi aprovado após os primeiros encontros de representantes do BNDES e do governo federal com os das 12 cidades-sedes do Mundial. O banco negocia para que parte desse dinheiro seja redirecionado a obras de infraestrutura no entorno dos estádios, relativas à acessibilidade, incluindo saneamento em ruas e praças.

Apenas pequenos detalhes do financiamento dos estádios ainda estão em aberto e devem ser concluídos nas próximas rodadas de negociações – a última está marcada para o próximo dia 25. As condições de pagamento também devem ser definidas ainda em setembro. O financiamento das 12 arenas será corrigido pela TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), hoje cotada em 6% ao ano. Além disso, haverá um porcentual que não foi fixado pelo banco – a expectativa é de que seja próximo de 1,9%.

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Dois anos atrás, os envolvidos no projeto da Copa de 2014 adotavam o mesmo discurso – o de que não haveria dinheiro público para construção ou reforma dos estádios do Mundial. O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, foi um dos mais enfáticos na abordagem do assunto. Dizia que os recursos para os estádios sairiam da iniciativa privada.

Em agosto, numa entrevista na sede da confederação, Ricardo Teixeira deu uma pista de que algo teria mudado. Comentou que nove dos 12 estádios teriam mesmo que ser erguidos ou reformados com dinheiro público, pois pertenceriam a Estados e municípios. Ele excluiu as três arenas particulares: Morumbi, Beira-Rio e Arena da Baixada.

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A decisão do BNDES pode estar relacionada ao prazo dado pelo Comitê Organizador da Copa à Fifa para início das obras – inicialmente era fevereiro de 2010, já adiado para março.

Entre os 12 projetos para o Mundial de 2014, alguns foram criticados recentemente pelo Ministro do Esporte, Orlando Silva, pela “grandiosidade” e “desperdício” de recursos. Ele citou os que pretendiam elevar a capacidade de público dos estádios para 70 mil espectadores e estender as obras para a construção de teto retrátil (arquibancada coberta).

Depois de algumas reuniões com representantes dos comitês locais, Orlando Silva obteve a garantia de que projetos seriam alterados. “Alguns estádios podem perfeitamente estar aptos para a Copa com capacidade para 40 mil, 45 mil torcedores”, declarou. Seu maior temor era que arenas se transformassem em elefantes brancos após o Mundial.