A Fifa não engoliu a ausência da presidente Dilma Rousseff na final da Copa das Confederações, no dia 30 de junho, no Maracanã, e mandou carta ao Palácio do Planalto para se queixar. Mas, quase dois meses depois do evento, nem sequer recebeu uma resposta. A informação é do presidente da entidade, o suíço Joseph Blatter, que assinou a carta e agora revela o mal-estar.

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Blatter concedeu, para o jornal O Estado de S. Paulo, a sua primeira entrevista a um meio de comunicação do Brasil desde o fim da conturbada Copa das Confederações, quando deixou o País diante dos protestos nas ruas.

Ele não escondeu a insatisfação com a ausência de Dilma na final entre Brasil e Espanha. A presidente havia sido vaiada na abertura da Copa das Confederações, na tribuna do Estádio Nacional de Brasília, e optou por não enfrentar o público novamente. Mas, para a Fifa, a atitude foi de desrespeito.

“Eu escrevi a ela depois da Copa das Confederações. Na carta, expressei que estávamos insatisfeitos com o fato de que ela não esteve na final. Eu tinha que dizer isso a ela. Mas não recebi nenhuma resposta”, contou Blatter, ao comentar sobre a ausência de Dilma na decisão do dia 30 de junho.

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O presidente da Fifa também comentou sobre as manifestações que tomaram as ruas do Brasil durante a Copa das Confederações, com protestos, inclusive, contra os gastos públicos no evento. E disse acreditar que a enorme procura por ingressos – foram mais de 2,3 milhões de pedidos de compra nas primeiras 24 horas – é um sinal de que o Mundial de 2014 será um sucesso.

“Quando tivemos a Copa das Confederações com os distúrbios sociais, mas com muito bom futebol, tivemos vozes pelo mundo dizendo que, no ano que vem, será um problema para o Brasil, porque ninguém irá querer ir ao país. As coisas não estarão funcionando e existem protestos. Portanto, será uma Copa com problemas. Mas aí começamos a venda de ingressos e isso tudo é uma grande besteira. Essa é a Copa do Mundo. Todos querem ir à Copa, e porque o futebol é o esporte mais popular do planeta. Em segundo lugar, é a Copa do Mundo no Brasil, o país do futebol. As pessoas querem estar lá. É a confirmação da popularidade do Brasil, do futebol. Mas é também um recado de confiança para a organização. E não estou falando na organização do futebol, mas na organização política. É um apelo muito claro: estamos chegando, mas garanta que a Copa seja um sucesso. Mas estou certo de que o Brasil vai cumprir”, afirmou Blatter.

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Sobre a infraestrutura brasileira para receber a Copa, Blatter mostrou confiança, mas também fez cobranças. “Os 12 estádios estarão prontos no final do ano. Não há dúvidas. Mas o problema é ainda as redondezas do estádio, os estacionamentos, o acesso ao estádio para a população, as ruas, hotéis. Esses são os problemas que terão de enfrentar. Mas o País tem tempo para fazer isso. E os aeroportos. Eles precisam de aeroportos porque não há tantos hotéis e terá de haver muito transporte aéreo”, explicou.