Em uma rápida entrevista concedida a jornalistas após encontro com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, evitou responder se o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, ainda é o interlocutor com o governo brasileiro nas questões referentes à realização da Copa do Mundo de 2014.
“Jérôme Valcke continua trabalhando para a Fifa”, afirmou, mas sem responder se o secretário-geral ainda exercerá o papel de interlocutor nas discussões. Ao responder a essa pergunta sobre Valcke, Blatter falou em três idiomas: francês, inglês e espanhol.
Dilma recebeu Blatter após a crise provocada pelas declarações de Valcke, que disse que o Brasil precisava de “um chute no traseiro” para preparar o Mundial. Compareceram à audiência no Palácio do Planalto o ministro do Esporte, Aldo Rebelo e os ex-jogadores Ronaldo Nazário – membro do Comitê Organizador Local – e Pelé, escolhido pelo governo brasileiro para ser o embaixador da Copa.
Questionado por repórteres sobre qual seria a solução para o episódio, Blatter respondeu com uma pergunta: “Vocês podem me dar um tempo para tomar uma solução?”. Bem-humorado, Pelé disse que o seu papel é “apagar as fogueiras”.
“Falei para a presidente que daqui para frente não é para me chamar de ministro (em 1995, Fernando Henrique Cardoso criou o Ministério de Estado Extraordinário do Esporte, escolhendo Pelé para tomar conta da Pasta). É para me chamar de bombeiro. Estou aqui para apagar as fogueiras, é isso que estou fazendo. Graças a Deus acho que daqui pra frente vamos caminhar em harmonia sem nenhuma confusão”, declarou.
Sobre a troca na presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o presidente da Fifa afirmou que a saída de Ricardo Teixeira e a chegada de novas pessoas é uma “passagem natural que acontece o tempo todo no mundo”.