A “bomba” que caiu sobre a Fifa nesta quarta-feira com a prisão por corrupção de sete dirigentes ligados à entidade, inclusive o ex-mandatário da CBF José Maria Marin, abalou Joseph Blatter. Pelo menos foi o que o presidente da principal federação do futebol mundial demonstrou em comunicado divulgado durante a tarde, horas depois do caso vir à tona.
“Este é um momento difícil para o futebol, para os torcedores e para a Fifa como organização. Nós entendemos o desapontamento que muitos estão expressando e eu sei que os eventos de hoje vão impactar na forma com que muitas pessoas vão nos ver”, declarou.
No comunicado, Blatter tentou desassociar a Fifa das acusações. Tratou-as como casos pontuais de cada dirigente acusado e garantiu, inclusive, que foi a entidade que deu o pontapé inicial na investigação conduzida pela Justiça dos Estados Unidos e que terminou com a prisão feita pela Polícia Suíça, ao enviar um dossiê ao país europeu.
“Mesmo que muitos estejam frustrados com a perspectiva de mudança, eu gostaria de esclarecer as ações que temos tomado e continuaremos a tomar. Na verdade, a ação de hoje da Polícia Suíça foi iniciada quando nós enviamos um dossiê às autoridades suíças no ano passado”, garantiu o presidente da Fifa.
Blatter, aliás, fez questão de manifestar apoio às investigações. “Por pior que estes eventos sejam, deveria ficar claro que nós damos boas-vindas às ações e investigações feitas pelas autoridades norte-americanas e suíças e acreditamos que vai ajudar a reforçar medidas que a Fifa já estava tomando para afastar as transgressões do futebol.”
Em nenhum momento Blatter se aprofundou no assunto, explicou as evidências de corrupção na entidade que controla ou se posicionou sobre algum colega dirigente. O dirigente apenas confirmou a suspensão provisória de 11 envolvidos no caso. Entre eles, José Maria Marin.
A extensa investigação norte-americana resultou no indiciamento de 14 pessoas ligadas ao futebol. Nomes como o vice-presidente da Fifa Jeffrey Webb, os ex-presidentes da Conmebol Nicolás Leoz e Eugenio Figueredo e o ex-vice-presidente da Fifa Jack Warner estão entre os investigados por diversos crimes, como conspiração para levar dinheiro, extorsão e fraude eletrônica, em um esquema com 24 anos de duração e com pagamento de subornos superiores a US$ 150 milhões (mais de R$ 470 milhões).