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Bicampeã olímpica, Semenya vibra com indicação ao Laureus e vê Rio-2016 como auge

Bicampeã olímpica nos 800 metros, a sul-africana Caster Semenya, de 27 anos, concedeu entrevista para comentar a indicação ao Prêmio Laureus. Na conversa com os organizadores da premiação, ela fez um balanço da carreira e elegeu a medalha de ouro nos Jogos do Rio de 2016 como o auge da carreira. A cerimônia do Laureus de 2018 acontecerá em Mônaco, em 27 de fevereiro.

“É um sonho que se tornou realidade. Como atleta, obviamente, temos metas, temos sonhos, e esse é um dos sonhos que sonhei. Desde criança, assisto aos principais atletas do mundo sendo indicados e aí você pensa: um dia, se estiver lá, me sentirei realizada”, afirmou em entrevista ao Laureus.

Das indicadas ao prêmio, somente ela e a tenista espanhola Garbiñe Muguruza não nasceram nos Estados Unidos. As outras atletas que concorrem ao prêmio são todas da principal potência esportiva do mundo: a velocista Allyson Felix, a nadadora Ketie Ledecky, a campeã olímpica do esqui alpino slalom, Mikaela Shiffrin, e a tenista Serena Williams.

“São todas excelentes atletas. Respeito o trabalho de todas. Me sinto abençoada, privilegiada por estar em uma lista com essas atletas. Só o fato de estar junta das melhores, me sinto como uma vencedora.”

A conquista mais recente de Semenya aconteceu no ano passado, quando se sagrou tricampeã do mundo nos 800 metros. Na disputa que aconteceu em Londres, ela contou que os últimos 200 metros foram uma dos instantes mais importantes de sua vida.

“Foi quando eu fui ao ataque. Assisti novamente inúmeras vezes, como executei os movimentos, especialmente nos últimos 60 metros. É importante rever porque mostra o duro trabalho que colocamos em prática.”

Sobre o melhor momento da carreira, a sul-africana elegeu a conquista nos Jogos do Rio de 2016 e seu primeiro título mundial. “Com certeza colocaria o Rio. Mas quando se olha para o passado, também não posso deixar de mencionar a conquista do Mundial de 2009, quando apareci pela primeira vez para o mundo.

Para chegar ao topo do mundo, Semenya também precisou lutar contra o preconceito. Em 2009, com 18 anos, ele conquistou a medalha de ouro nos 800 metros no Mundial de Berlim estabelecendo a melhor marca do ano. O rendimento surpreendente colocou em discussão sua feminilidade e ela precisou se submeter a testes de gênero.

Os exames comprovaram que a atleta é portadora de uma deficiência em um cromossomo que lhe dá características masculinas e femininas e, com isso, produz testosterona acima da média de uma mulher. Sua primeira conquista mundial chegou a ser caçada durante esse imbróglio, mas depois foram devolvidas.

Agora, a atleta disse que já está em preparação para os Jogos Olímpicos do Japão de 2020. “Sou uma atleta que trabalha com objetivos mais de curto prazo. Mas sempre de olho em conquistas maiores. No Japão estarei com 29. Então provavelmente será minha última Olimpíada. Será minha terceira Olimpíada. Então já estou ansiosa por isso.”

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