As atenções estão voltadas para os jogos decisivos com o Rio Branco, mas a diretoria do Paraná Clube atua também em outras frentes, visando a disputa do Brasileiro. E, nesse processo, o clube acertou ontem a permanência de um de seus principais destaques: o meia Beto assinou contrato de dois anos. De quebra, o goleiro Marcos Leandro também renovou até 2007.
As negociações vinham sendo ?amarradas? há semanas e numa rápida reunião entre os atletas e o presidente José Carlos de Miranda os últimos detalhes foram ajustados. O capitão Beto, um dos jogadores mais regulares do elenco, chegou ao clube para a disputa do Brasileiro de 2004. Mesmo com a instabilidade gerada pelo entra-e-sai de atletas – e também de treinadores -, formou com Axel uma dupla equilibrada e que garantiu a sustentação do meio-de-campo.
Era apenas o ?cartão de visitas? de Beto, que com o passar do tempo assumiu a condição de líder do elenco.
É hoje, o elo entre grupo e diretoria e tem total ascendência sobre a equipe. Por isso, a diretoria sempre deixou claro ser uma prioridade a renovação de seu contrato. Assim como fizera com Flávio, no início do ano, definiu um acerto mais longo com o jogador, que na semana passada completou 33 anos. Beto, agora, fica na torcida por seus companheiros no domingo.
Suspenso, ele continua fora do time e só volta na próxima 4ª-feira, contra o Rio Branco.
?É uma situação complicada, mas o time está bem?, disse.
Nesta temporada, Beto está atuando com maior liberdade. Sem se limitar à marcação, passou a ser fundamental na articulação das jogadas ofensivas e na marcação de gols decisivos (foram três neste Paranaense). ?É uma peça-chave. Saber que contamos com ele para a seqüência da temporada é muito bom?, disse Barbieri.
Com as renovações de Beto e Marcos Leandro, restam apenas duas pendências. O zagueiro Neguete e o volante Rafael Muçamba já estão negociando com o clube. Além dessas renovações, a diretoria segue contatando reforços, tendo o interior paulista como principal ?fornecedor?. Porém, desta vez, alguns atletas que se destacaram no Paranaense também estão cotados. Mas, nomes são mantidos em absoluto sigilo.
Sem cadeira cativa, avisa Barbieri
Os meias estão na alça de mira. O técnico Luiz Carlos Barbieri cobra atitude e garante que no seu grupo ninguém tem ?cadeira cativa?. O recado do treinador tem endereço certo: Maicosuel e Marcelinho, que tiveram um fraco desempenho nos dois jogos das quartas-de-final. ?Nessa hora, a aplicação sobressai à técnica. É preciso ralar. E só vou escalar quem me mostrar que está focado?, afirmou.
Depois de insistir na formação com dois atacantes, Barbieri encontrou o equilíbrio ao armar o time com dois meias-atacantes, praticamente num 3-6-1. Isso ocorreu a partir do jogo frente ao União (12/02), ainda pela fase classificatória do estadual. Coincidência ou não, desde então o Paraná Clube está invicto, somando cinco vitórias e três empates. A maré positiva, no entanto, não satisfaz plenamente ao exigente comandante tricolor.
?Em muitos jogos, passamos sufoco sem necessidade. Tivemos chances para matar e quase deixamos escapar pontos importantes?, lembrou. Para acertar o pé, os treinos da semana foram direcionados para finalizações – um fundamento onde o grupo ainda pode evoluir, segundo Barbieri – e a partir de hoje para o posicionamento do time. ?Os meias, quando vibram com o time, desequilibram. Tanto o Maicosuel como o Marcelinho são extremamente habilidosos, mas não podem aceitar tão passivamente a marcação adversária?, avisou.
O jogador mais cotado para entrar no time seria Sandro, mas o próprio Barbieri disse que primeiro vai observar o desempenho dos atuais titulares. ?Espero que eles estejam ligados, pois nossas melhores partidas foram com os dois em campo?, lembrou. Atento ao estilo de jogo do Rio Branco, o técnico sabe que dependerá demais da postura de seus meias-de-criação para que o Tricolor não fique ?acuado? na Estradinha. ?Para impor o nosso ritmo vamos precisar da participação coletiva na marcação e de muita mobilidade quando em posse de bola?, comentou o técnico.
