O técnico da seleção brasileira masculina de vôlei, Bernardinho, acredita que, mesmo após passar por um processo de renovação, a equipe continuará entre as melhores do mundo. Após a medalha de prata conquistada nos Jogos Olímpicos de Pequim, muitos jogadores, como o meio-de-rede Gustavo, não jogarão mais pelo time.
“Repetir o que fizemos nos últimos oito anos é muito difícil, mas não impossível. Temos bases, estabelecemos os pilares e posso, com certeza, garantir a competitividade. Temos condições de estar entre os melhores do mundo e espero que possamos aproveitar o passado para garantir um futuro promissor”, declarou neste sábado, durante evento em Saquarema, no Rio de Janeiro.
Para o treinador, o segredo do voleibol nacional está no material humano. “As melhores equipes não são formadas pelos melhores jogadores, mas sim pelos jogadores certos”, assinalou. Ele lembrou ainda que a seleção brasileira campeã olímpica na Olimpíada de Atenas, em 2004, não contava com atletas de destaque em seus clubes.
“Dos 12 jogadores que atuavam na seleção brasileira masculina em 2004, oito jogavam na Itália. Dos oito, nenhum levou sua equipe sequer à semifinal do campeonato italiano”, destacou Bernardinho.
Bernardinho revelou que seu trabalho na seleção brasileira é baseado em dois programas. O tático, para avaliar os opositores do Brasil, e o técnico, em que mede o rendimento em cada fundamento de todos os atletas brasileiros.
“O jogador bom é o que contribui para o ponto. O ataque maravilhoso, a defesa espetacular valem cada uma o mesmo um ponto que qualquer bola no chão. Assim como o saque que quase passa e a bola que quase cai é menos um ponto. Ou seja, as jogadas dos craques enchem os olhos, mas o que conta para a vitória é o número de pontos a favor maior do que o de pontos contra”, explicou.