Luiz Gonzaga Belluzzo deixa a presidência do Palmeiras nesta quarta-feira, quando será eleito o seu sucessor. Após ficar dois anos no cargo, ele fez uma espécie de balanço de sua gestão nesta terça, durante entrevista para a ESPN Brasil. E, ressaltando a dificuldade que enfrentou no clube, admitiu alguns erros na administração, mas também apontou avanços conquistados.
“Enfrentei muitas dificuldades, e muitas delas nascidas dentro do próprio clube. Tinha uma ideia da dificuldade que eu iria enfrentar. Então, não posso reclamar de nada”, disse Belluzzo, que deixa o cargo sem conquistar um título sequer no futebol. “Se você olhar por esse lado, minha gestão não foi bem sucedida, mas fiz um esforço para trazer os jogadores que a torcida esperava.”
“Fiz aquilo que eu achava correto”, defendeu-se Belluzzo, antes de reconhecer que foram cometidos “vários enganos” na contratação de jogadores ao longo do seu mandato – não quis, porém, individualizar os erros. “Outra falha da minha administração foi não ter profissionalizado algumas áreas do clube, o que é complicado por causa das implicações políticas.”
Criticado pelos problemas financeiros do clube, Belluzzo desmentiu as acusações da oposição de que atualmente a dívida palmeirense passaria dos R$ 150 milhões. Segundo ele, a dívida bancária está em torno de R$ 90 milhões. “Parece que só o Palmeiras tem dívida. A maioria dos clubes tem dívidas muito maiores do que o Palmeiras”, reclamou o economista de 68 anos.
Belluzzo lembrou também que, durante o seu mandato, aumentou a receita de patrocínio do Palmeiras em cerca de 400%. “Vamos chegar a aproximadamente R$ 45 milhões por ano”, revelou o presidente. Além disso, citou como ponto positivo de sua administração as obras de modernização do Palestra Itália, que, segundo ele, irão colocar o Palmeiras num outro patamar.
Diante do racha na situação palmeirense, que tem dois nomes inscritos na disputa presidencial, Belluzzo desmentiu as declarações do candidato Salvador Hugo Palaia de que tivesse prometido seu apoio a ele na eleição desta quarta-feira. “Ele está delirando, não tinha nada dessa história. Ele foi muito infeliz nas declarações ao meu respeito. Tenho pena dele”, afirmou.
Além de Palaia, outro candidato da situação é Paulo Nobre. Enquanto isso, a oposição aposta todas suas fichas em Arnaldo Tirone, que reúne o apoio dos ex-presidentes Mustafá Contursi, Affonso Della Monica e Carlos Facchina Nunes. A eleição do Palmeiras está programada para acontecer nesta quarta-feira, a partir das 19 horas, na Academia de Futebol.