Quem tomou como base o abismo no ranking entre os tenistas de Brasil e Equador levou um susto com o resultado do primeiro dia de confrontos da Copa Davis. Após dois jogos acirrados, uma vitória para cada lado. O bom desempenho dos equatorianos impressionou até mesmo Thomaz Bellucci. O brasileiro, número 49 do mundo, precisou de 2 horas e 57 minutos para superar Roberto Quiroz (434º) por 3 sets a 1, em Belo Horizonte.
“Ele não jogou como um cara número 400 do mundo. Às vezes você pega um top 100 que não joga o nível que Quiroz mostrou hoje (sexta). Não esperava que ele começasse tão bem, me surpreendeu um pouco. Acredito que não tenha tantos jogos de Copa Davis para entrar tão solto”, analisou.
O paulista, que começou atrás no placar e buscou o resultado, ficou satisfeito com o desempenho apresentado na partida. “Tive a tranquilidade, sabia que o jogo era longo e podia perder até dois sets. Acreditava que sairia vitorioso, foi o que me fez ter paciência. Estava firme, não fiquei nervoso ou frustrado porque deveria ter ganhado fácil. A longo prazo, sabia que o meu volume de jogo era maior que o dele.”
O desempenho de Emilio Gomez, algoz de Rogério Dutra Silva, também chamou a atenção de Bellucci. “Eles tiveram o mérito de complicar bastante para a gente”, reconheceu. E o tenista do Equador não se intimidou com o favoritismo dos donos da casa. “Ficou claro que neste tipo de competição o ranking não é decisivo. Estamos enfrentando uma grande equipe e que é amplamente favorita, mas que podemos ganhar.”
Na estreia, Rogerinho perdeu de virada para o tenista número 317 do mundo por 3 sets a 1 – parciais de 4/6, 7/5, 6/0 e 6/4. O brasileiro lamentou o resultado e também deu créditos para o adversário: “Infelizmente acabou escapando. Faltou um pouco de tudo: sorte, jogar melhor e ele ter me dado mais chances”.
O capitão Raul Viver enalteceu a atuação dos jogadores equatorianos e destacou o potencial da dupla. “Emilio e Roberto jogaram muito bem hoje e isso não me surpreende porque sei os jogadores que tenho. Na Copa Davis, eles sempre rendem um nível muito alto.”
João Zwetsch, capitão do Brasil, reconheceu que sua equipe destoa do adversário no papel, mas reforçou que os resultados só são definidos dentro da quadra. E fez um balanço do primeiro dia da Copa Davis. “Foram jogos duros. O Equador tem uma equipe bastante competitiva. No primeiro jogo, o Rogerinho se perdeu um pouco e depois não conseguiu voltar. O Thomaz também teve que superar momentos difíceis. O ponto veio, nos dando mais tranquilidade para amanhã.”
Neste sábado, às 14 horas, Bruno Soares e Marcelo Melo podem colocar o Brasil em vantagem se vencerem Emilio Gomez e Roberto Quiroz nas duplas. Depois dos longos jogos de simples desta sexta-feira, Viver deu a entender que não fará qualquer modificação na escalação da equipe. O capitão pode pedir alteração dos competidores até uma hora antes do confronto. “Emilio terminou bem fisicamente e Roberto se sente bastante bem. Vamos fazer a recuperação com a equipe médica, mas acho que vai dar para jogar em boas condições.”