Paris – Juliano Belletti, como dizem os europeus, ou simplesmente Belletti, era apenas mais um jogador do bom elenco do Barcelona. Ontem, ele sentiu pela primeira vez como é ser o jogador do time catalão, como é ter um dia de Ronaldinho Gaúcho. O lateral de 29 anos foi bastante assediado por repórteres e fotógrafos, posou para inúmeras fotos e ouviu o nome gritado por milhares de torcedores eufóricos. ?É um sonho, o momento mais feliz de minha carreira.?
Os jornais de ontem na Espanha, na França, palco da vitória do Barcelona sobre o Arsenal, e em outros países europeus, publicaram fotos do ex-são-paulino, com destaque, no alto da página. O Mundo Deportivo, diário catalão, definiu Belletti como o ?herói inesperado?.
Quem poderia imaginar que o lateral, reserva do Barcelona, faria o gol do título de clubes mais importante do futebol mundial, se nem ele sonhava com isso nos mais otimistas pensamentos? ?Sou lateral, não é comum um lateral fazer gols num time com atacantes tão fortes?, explicou. ?Mas tenho de agradecer ao Rijkaard, que sempre me deu apoio e liberdade para atacar?, acrescentou. ?É muito mais fácil jogar quando você conta com a confiança do técnico e da torcida.?
Depois de boa passagem pelo Villarreal, o jogador recebeu proposta do Barcelona, com o qual tem contrato até 2009. No Brasil, a notícia de sua transferência para o clube catalão causou estranheza em parte dos são-paulinos. No clube, nunca foi unanimidade.
45 presos na festa do Barça
Paris – A festa do Barcelona pela conquista do segundo título de Copa dos Campeões em sua história começou num restaurante em Paris, prosseguiu numa boate, passou pela Champs-Elysées, mais importante avenida da capital francesa, e terminou apenas em Barcelona, com a presença de centenas de milhares de pessoas.
Belletti deu início às comemorações levando a taça para o ônibus da delegação, na saída do Stade de France, no início da madrugada de quinta-feira. De lá, os jogadores foram ao Hotel Trianon Palace, em Versalles, para deixar os pertences e se encontrar com os familiares. Depois, todos foram para um restaurante no Pavillon d?Armenonville.
Após o jantar, por volta das 4h da manhã, os atletas se dirigiram para uma boate no bairro de Bois de Bologne.
O local ficou fechado para o Barcelona e os jornalistas espanhóis insistiram para entrar e acompanhar o evento, mas foram barrados.
Parte do elenco seguiu para a Champs-Elysées para completar a festa. O capitão Puyol foi um deles.
Os jogadores chegaram a Barcelona por volta das 16h30 e desfilaram em carro aberto, atraindo centenas de milhares de pessoas. Depois, foram recepcionados pelo público no Camp Nou.
Confusão
A madrugada em Barcelona não foi tranqüila. Torcedores exageraram na comemoração e exigiram trabalho pesado dos policiais, que só conseguiram conter a confusão por volta das 5h da manhã.
Houve lojas saqueadas, carros queimados, telefones quebrados. No fim, 45 pessoas foram detidas e 107 se feriram, mas sem gravidade.
Juiz admite erro na final
Londres – O árbitro da final da Liga dos Campeões, o norueguês Terje Hauge, admitiu ontem que errou ao anular o gol do francês Ludovic Giuly, do Barcelona, na final da Liga dos Campeões da Europa. A declaração foi feita uma dia após o clube espanhol conquistar o título da competição.
Segundo o juiz, ele apitou muito rápido a falta que provocou a expulsão do goleiro do Arsenal, o alemão Jens Lehmann. O gol seria o primeiro dos catalães no jogo. ?Certamente, teria que ter esperado para ver onde a bola iria?, disse Hauge aos jornal norueguês Verdens Gang.
O lance ocorreu aos 18 minutos do primeiro tempo. Após o camaronês Samuel Eto?o ter sido lançado, ele foi derrubado por Lehmann próximo da entrada da área. Na seqüência, a bola ficou com Giuly, que empurrou para o gol vazio. Mas ao invés de dar a lei da vantagem, o juiz marcou falta.
