Três dos maiores nomes da história do vôlei brasileiro, Bebeto de Freitas, Renan Dal Zotto e Fofão são, ao lado do ex-levantador norte-americano Lloy Ball, os mais novos integrantes do Hall da Fama da modalidade.

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Em cerimônia realizada na noite de sábado (24), em Holyoke, nos Estados Unidos, eles entraram para uma seleta lista que conta com mais de 120 pessoas que contribuíram para o desenvolvimento deste esporte ao longo da história.

Eternizados com a entrada no Hall da Fama, criado há 30 anos, o trio de brasileiros não escondeu a alegria com o reconhecimento que ganharam agora, depois de terem trilhado carreiras de intenso sucesso.

Vice-campeão olímpico como ponteiro do Brasil em 1984, nos Jogos de Los Angeles, Renan chegou ao pódio junto com Bebeto de Freitas, que era o técnico do time nacional naquela histórica campanha.

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“Estou muito feliz de estar aqui e me ver ao lado de tanta gente importante para o voleibol. Nunca pensei que isto poderia acontecer. Eu tive a oportunidade de jogar na companhia de grandes atletas, incluindo meu grande amigo Bebeto.

Nos anos 80 nós fomos os primeiros brasileiros a conquistarmos uma medalha nos Jogos Olímpicos de Los Angeles”, celebrou Renan, para depois exaltar a importância que aquela geração para que o Brasil se tornasse uma grande potência do vôlei nas décadas seguintes.

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“Neste momento, sei que estou representando cada um daqueles que estiveram comigo e quero que eles se sintam honrados e celebrem da mesma forma que eu. Com aquela geração conquistamos muitas coisas, tivemos vitórias e derrotas, provavelmente mais derrotas que vitórias. Mas estou certo de que sempre que entrávamos em quadra era para dar o nosso melhor”, completou, em declarações reproduzidas neste domingo pelo site oficial da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), na qual Renan hoje ocupa o cargo de diretor de seleções. Como atleta, ele também foi aos Jogos Olímpicos de 1980, em Moscou, e 1988, em Moscou.

Bebeto, por sua vez, comemorou o fato de estar entrando para um Hall da Fama do qual fazem parte vários de seus ídolos no vôlei. Ex-técnico do Brasil e com sucesso também no comando da seleção italiana em sua carreira, ele também trabalhou como dirigente no Atlético Mineiro e principalmente no Botafogo, seu clube de coração, e agora se emocionou ao receber esta grande honraria no vôlei.

“Depois de visitar o Hall da Fama hoje (sábado) eu tive uma surpresa agradável e me senti honrado e com a sensação de que fiz o meu trabalho. Em seguida, tive outro sentimento, o de responsabilidade. Aqui vi muitos dos meus ídolos, jogadores com quem joguei junto, com quem joguei contra. Não sei quantas vezes eu os vi jogar em meus sonhos, técnicos que me inspiraram e influenciaram o meu modo de entender o voleibol. Hoje eu tive a mesma honra que muitos dos meus heróis tiveram antes de mim”, afirmou Bebeto.

Já a ex-levantadora Fofão, que se tornou a primeira atleta do vôlei a disputar cinco edições dos Jogos Olímpicos, em 1992, 1996, 2000, 2004 e 2008, chegou ao Hall da Fama com uma carreira vitoriosa, tendo conquistado o ouro olímpico em sua última participação em uma Olimpíada, em Pequim-2008. E ela também se emocionou ao receber a honraria e lembrar do seu pai, que já faleceu e que ela considera ter sido o maior incentivador da sua trajetória como jogadora.

“Estou vivendo um dos maiores momentos que um atleta pode almejar na vida. Quando comecei a jogar voleibol não sabia onde iria chegar. E agora, analisando tudo que fiz, é incrível ver onde estou. Foi um caminho longo e recheado de adversidades, mas todos os desafios valeram a pena. Nunca pensei que me dedicaria por 30 anos a este esporte e que por 17 anos vestiria a camisa da seleção brasileira. Eu vivi todos os tipos de emoções: eu ri, eu chorei, me lesionei, gritei e, principalmente, eu me diverti. Meu pai, o Seu Sebastião, me apoiou sempre. Infelizmente não está mais aqui, mas me incentivou ao longo de toda a minha carreira, e acreditou em mim mais que eu mesma. Dizia que eu só não venceria se não quisesse. Cresci acreditando nisso e sei que ele está orgulh,oso de onde a filha dele chegou”, ressaltou.

Outros nove brasileiros fazem parte da lista de 125 integrantes do Hall da Fama do Vôlei, que conta com atletas, técnicos e dirigentes que colaboraram para o desenvolvimento da modalidade.

São eles: Bernard Rajzman, agraciado com a honraria em 2005, Jaqueline Silva (2006), Carlos Arthur Nuzman (2007), Ana Moser (2009), Adriana Behar e Shelda (2010), Maurício Lima (2012) e Nalbert Bitencourt e Sandra Pires (2014). O Brasil, por sinal, é o terceiro país com maior número de integrantes neste seleto grupo.

Outro a completar a turma de 2015 do Hall da Fama do vôlei, Lloy Ball foi campeão olímpico com os Estados Unidos nos Jogos de Pequim, onde ajudou os Estados Unidos a derrotar o Brasil na decisão do ouro.