Batucada de volta e festa do Atlético

A Kyocera Arena voltou a vibrar como nos velhos tempos para o Atlético tirar o pé da lama. Na noite em que torcida e diretoria fizeram as pazes, a bateria ditou o ritmo, as arquibancadas balançaram e o Joaquim Américo voltou a ferver como um Caldeirão. Com o clima favorável, o Rubro-Negro aplicou 2 a 1 no Cerro Porteño, no jogo de ida das oitavas-de-final da Copa Libertadores da América. A partida da volta está programada para quinta-feira, mas antes o Furacão enfrenta o Inter, domingo, pelo Brasileiro.

Promessa feita, promessa cumprida. Em noite de gala, apesar do Joaquim Américo não estar lotado, a torcida fez o seu papel. A torcida organizada Os Fanáticos não parou de cantar em nenhum momento. Até nos passes errados e nos chutes para longe, os jogadores ganharam aplausos. Bem diferente de outras épocas, quando o time era vaiado. O reconhecimento veio no intervalo quando um comunicado da diretoria liberou a bateria.

Com tudo isso, o Atlético partiu para cima do Cerro. Se não era um futebol de primeira linha, pelo menos na raça a equipe de Borba Filho foi se superando, segurando os paraguaios e se encontrando em campo. O meia Rodrigo Almeida, pela primeira vez como titular, fez a diferença enquanto esteve em campo. Boas jogadas, bons lançamentos e boa visão de jogo. Foi ele quem achou Lima livre, no meio da área, para cabecear e abrir o placar. A defesa adversária reclamou impedimento, mas o atleticano saiu para a galera.

No entanto, o Rubro-Negro penou até encontrar o seu gol. Foi o El Ciclone quem mais ameaçou, principalmente nos chutes de média distância. O perigoso Santiago Salcedo e o volante Fretes arriscaram de todos os modos e Diego teve que se desdobrar para evitar o gol. Mesmo com a artilharia contra, o Furacão foi se achando em campo e só não aumentou o placar porque o mesmo Lima não teve esmero para ampliar, além de Jancarlos não estar numa noite inspirada, tanto que acabou sendo sacado.

Na segunda etapa, o gol de empate, através de Dos Santos, poderia ser uma ducha de água fria, mas com o bumbo batendo forte qualquer resultado que não fosse a vitória seria injusto. O meia Lima, em grande noite, viu Cléo livre na área e cruzou na cabeça do atacante para as arquibancadas explodirem e não deixarem a torcida esfriar. Poderia ter sido mais, mas o cansaço bateu, o time ficou sem poder ofensivo devido a falta de atacantes disponíveis no banco.

O recuo foi inevitável, Borba Filho se desesperou com o time muito atrás, mas em jogo de Libertadores o que vale mais é a garra e a disposição para conseguir o resultado. Os jogadores atuaram com alma e quebraram a invencibilidade do Cerro Porteño, que não tinha perdido ainda este ano, nem no torneio internacional, nem no nacional.

Diretoria atende a pedido da torcida e paz volta à Arena

Cahuê Miranda

A torcida do Atlético tem muito mais o que comemorar além da vitória diante do Cerro Porteño. A paz finalmente voltou à Baixada. A trégua entre torcedores e diretoria, anunciada no início da semana, deu resultado. O time contou com o apoio total das arquibancadas e os dirigentes rubro-negros realizaram um sonho dos atleticanos.

A festa já era grande quando o primeiro tempo terminou com a vitória rubro-negra por 1 a 0. Mas foi no intervalo que ela se tornou completa. Uma verdadeira explosão de alegria tomou conta da Kyocera Arena quando, pelos alto-falantes, o presidente do conselho gestor, João Augusto Fleury, anunciou a notícia mais esperada pela torcida atleticana nos últimos tempos. A diretoria atendeu aos apelos da galera e liberou a entrada dos instrumentos musicais das torcidas organizadas.

O assunto vinha sendo o principal motivo do desentendimento entre torcedores e dirigentes. ?Libera a bateria!? era um dos gritos mais ouvidos nos jogos do Furacão desde metade do ano passado.

Ontem, finalmente os dirigentes atenderam aos apelos. ?Um acordo foi costurado a partir de uma iniciativa da diretoria do Atlético. Um grupo já vinha estudando essa possibilidade há algum tempo?, disse Fleury à Tribuna. Tudo foi intermediado pelo vereador Mário Celso Cunha, que recebeu carta branca da diretoria rubro-negra para chegar a um acordo que colocasse fim aos protestos. ?Não houve nenhum condicionante. A diretoria não capitulou e as organizadas não sofreram nenhuma derrota?, afirmou Fleury.

A notícia foi uma surpresa para a massa atleticana. Porém, tudo já estava previamente acertado. Antes da partida, Mário Celso e Fleury foram aos vestiários e fizeram um trato com os jogadores. Se o Atlético teminasse o primeiro tempo vencendo, a bateria seria liberada no intervalo. A novidade foi recebida com euforia pelos atletas, que encontraram uma motivação extra para buscar a vitória.

?Aproveitamos o jogo de hoje para fazer o anúncio. Quando terminamos o primeiro tempo vencendo, anunciamos a liberação, para criar um ambiente ainda mais positivo?, revelou Fleury.

COPA LIBERTADORES DA AMÉRICA
Oitavas-de-final jogo de ida
Local: Kyocera Arena
Árbitro: Gabriel Brazenas (Fifa-ARG)
Assistentes: Gabriel Favale (Fifa-ARG) e Cláudio Rossi (Fifa-ARG)
Gol: Lima aos 30 do 1o. tempo; Dos Santos aos 3 e Cléo aos 6 do 2o. tempo
Cartão amarelo: Báez, André Rocha, Sarabia, Lima
Renda: R$ 172.064,00
Público pagante: 9.933
Público total: 11.944

Atlético 2 x 1 Cerro Porteño

Atlético
Diego; Jancarlos (André Rocha), Baloy, Marcão e Marín; Cocito, Alan Bahia, Fabrício e Rodrigo Almeida (Evandro); Lima e Cléo (Leandro). Técnico: Borba Filho

Cerro Porteño
Aceval; Báez, Sarabia, Espínola e Alvarez; Grana, Fretes, Domingo Salcedo e Dos Santos; Santiago Salcedo e Romero (Achucarro). Técnico: Gustavo Costas

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